Desde as bancas da escola primária, ouvi falar desta figura, na pequena História do Brasil de Gaspar de Freitas. Nunca saiu da minha memória o gesto de patriotismo de Joaquim José da Silva Xavier! Desde cedo, ele exerceu os mais diversos trabalhos, de tropeiro a dentista, além de militar no posto de Alferes. Por ter uma inquietude natural em sua vida, sentiu o despertar por uma causa que extrapolava os limites de sua vida pessoal. Enxergou além! Sentiu a situação do Brasil Em 1787, pediu licença da cavalaria, indo pro Rio de Janeiro, onde pensou em conquistar adeptos para a sua ideia de independência do Brasil, tendo recebido o apoio de Álvares Maciel que chegara da Europa e abraçou o mesmo sonho. Voltando a Vila Rica, em Minas Gerais, prosseguiu sua campanha, ganhando seguidores. Mas, sem demora, apareceu o traidor Joaquim Silvério dos Reis que o delatou e ele foi preso a 10 de maio de 1789. Em 19 de abril de 1792, ele e os demais inconfidente receberam suas penas. No dia 21, foi enforcado, no Rio de Janeiro, e seu corpo esquartejado. Esta cena cruel agride nossa memória! O heroísmo desse Proto-Mártir deve ser contextualizado na história. Onde estão os nossos heróis de hoje que assistem ao desenrolar da vida que estoura nas arenas do mundo? Num caso muito nosso e que pede todo nosso dinamismo, como o surrupiar das águas de nossa cobiçada Barragem do Zabumbão, o que estamos fazendo nós? De braços cruzados e lábios trancados! O Direito Romano tem um princípio: QUI TACIT CONSENTIRE VIDETUR (Quem cala, consente). Pensemos em Tiradentes! Ele deu a vida por uma causa pátria. E você que está fazendo? Dê pelo menos a sua voz!!!
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.