Vi a notícia da aposentadoria do eminente Desembargador Lourival Trindade, embora já o teria me dito pessoalmente, que seria no dia quatro de maio em curso. Inicialmente, merece nossos aplausos! Entretanto, entendo ser essa Lei “nociva” ao aposentar um exímio jurista no pleno exercício da judicatura, deixando uma lacuna na magistratura baiana. O Des. Lourival ainda jovem, raciocínio brilhante, bagagem intelectual inigualável, ainda poderia permanecer por mais uma década na magistratura baiana.
Resta-nos permanecer orgulhosos, pelo Grande Jurista que o nosso torrão aguaquentense se fez assentado na Presidência do Poder Judiciário baiano. Pessoa humana extraordinária, personalidade ilustre da nossa estimada Água Quente e da Bahia, jurista de escol. Agradecimento ao estimado conterrâneo é o que permeia as nossas consciências.
A gratidão deve continuar sendo a fonte inexaurível das meditações sobre as grandes verdades humanas. Numa época em que a Justiça “Ulpiana” pátria, tem sido atacada, brotando nos porões palacianos uma nova “figura extraterrestre”, os *JURISCIDAS –, HOMICIDAS DO DIREITO,* uma nova classe “legal” de *_serial killer._*
Discordamos de Lombroso ao afirmar que _“o criminoso já nasce criminoso”,_ mas, haveremos de concordar com o Grande e inolvidável Constitucionalista *Profº. Josaphat Marinho:* _*“E jurista é que eu nasci, jurista é o que sou, de jurista é que não me hão de demitir enquanto houver justiça e este resto de liberdade nos indicar que a Pátria respira”.*_
O Des. Lourival nasceu Jurista! Teve como poucos operadores do direito, ainda órfão de pai, uma mãe Mestra no mais amplo Senso de Justiça. Tem a vida pessoal e profissional sempre a graduar-se na UNISTÁCIA – UNIVERSIDADE ANASTÁCIA ALMEIDA TRINDADE, a sua HAVARD – de justeza de consciência jurídica, sentimento de justiça, lealdade processual, lógica normativa.
Entendo, diferente de muitos advogados, pois acho que o momento mais apropriado para homenagear um magistrado, não é quando assume a magistratura, mas quando a deixa, especialmente pela aposentadoria, ao despir-se da Toga, coloca sobre si o peso do dever cumprido.
Acolhi com imensa alegria o seu honroso, distinto, especial e intimatório convite para a sua posse de Desembargador, sou-lhe profundamente agradecido.
Agora, sem que caiba ser ventilado o _“instituto da suspeição”,_ posso dizer a esse Grande Jurista, conterrâneo, Escritor, colega e amigo, a quem nunca o visitei em seu gabinete, mesmo estando fugazmente na Sede do Tribunal de Justiça. Fiz questão de nunca ter o número do seu celular, (só o tive, quando ele próprio fez questão de que eu o tivesse, isso recentemente no velório de nosso conterrâneo Normando, em Água Quente), pois amigo verdadeiro, não se diz ser amigo de Juiz. *Amigo é aquele que aplaude o Juiz, que se torna um serviçal da Justiça!*
Por isso digo, com o sopro advindo do coração! Dr. Lourival (Lourinho de D. Anastácia), você é o nosso orgulho! Homem sério, digno e honrado! Magistrado dos mais dignos da Bahia! Que não se deixou contaminar pelo pecado que aflige os *“Vendilhões do Templo”!*
Délio Martins
Escritor