Hoje fazemos memória da Santíssima Trindade, fonte, horizonte, modelo e meta de nossa caminhada humana, eclesial, social e cósmica. Somos profundamente agradecidos pela vida de comunhão, de igualdade, de interação e partilha a que somos chamados pelo batismo. Dentro de uma realidade insegura, pandêmica e sofrida, foram encerradas hoje as festas pascais, animadas pelo Evangelho de João que nos fortaleceu a esperança na Vitória da vida e do amor A festa deste dia não é somente para afirmar e defender a doutrina e o dogma do grande mistério trinitário. Vejo-o num termo mais contextualizado em que o próprio Deus não quis ser só! Fez-se comunidade, com três pessoas formando um só Deus, numa prova insofismável que todos nós devemos ter e assumir o espírito comunitário, unindo-se e distribuindo com cada um os nossos dons. É uma lição constante de vida para aqueles que querem ser os donos do mundo, que só têm eficácia as suas palavras, que os demais devem obedecer cegamente os seus caprichos! Esse conceito de ser o centro das atenções é um resíduo fóssil das mentalidades que não evoluíram. Estagnaram e, por isso, estão mofando no curso da vida. Deus é o exemplo, quando Ele se fez comunidade. Portanto, a diversidade de dons, só invés de atrofiar, enriquece-nos! Já pensamos se todos só gostássemos da cor vermelha, o que seria do verde ou do rosa? O arco-íris é de suma beleza, por causa da profusão de faixas multicores. Dessa forma, a liberdade de pensamento é um dos postulados da felicidade. Diz-nos as palavras sábias do cientista alemão Albert Einstein: “O que há de melhor no homem somente se desabrocha quando se envolve em uma comunidade.” Proclamou Roger Schutz, da comunidade de Taizé, em França, o princípio que sempre defendeu: “Unidade na Pluralidade”.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.