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O preço da Liberdade
O homem sempre em busca da liberdade, no entanto quando mais ele a persegue mais distante a temos das mãos. Talvez a tenhamos em maior medida no estado natural da vida animal, momento que andávamos a vagar pelas florestas, na pré-história. Com o advento da sociedade e com a complexidade social moderna a dominação do topa pequeno pela base gigantesca tornou-se latente em todas as regiões do Planeta. Temos liberdade, porém limitada aos meios.
Outro dia uma frase de algum pensador chegou aos ouvidos desta pessoa que se coloca a escrever este texto, o nome do autor não foi gravado na memória, nem a frase exatamente, apenas o contexto. Ela dizia que a liberdade do homem normal estava condicionada ao que o poder central o deixava fazer. Ou seja, você só tem liberdade para agir naquilo em que a lei lhe obriga a fazer, tudo o que não está na lei, você particularmente se ver impedido de realizar. A liberdade na sociedade moderna existe apenas dentro dos moldes impostos pelas autoridades. Se pararmos para observar bem, veremos que é desta forma que acontece.
Dizer que nós temos liberdade, pois vivemos em uma democracia, que podemos ir e vir a hora que quisermos. Será? Será que você está autorizado a isso tudo. Tente adentrar em algum órgão público sem autorização. Tente não requerer seu título de eleitor. Tente passar por um pedágio sem pagar a sua licença. Em cada coisa que você colocar uma observação mais cuidadosa lá estará o dedo do Estado lhe mostrando para onde ir e os caminhos que devem ser evitados.
Aí alguém levanta a mão e grita: “No Brasil temos o poder do voto, colocamos e tiramos os representantes, somos livres para escolher”. O cara-pálida acha que escolher um de uma lista predeterminada pelos detentores do poder é ser livre para opinar. Tente votar em alguém fora do nicho apresentado como legais perante os poderes. Você não consegue. Se você desejar ser um candidato e não for aceito pelos partidos dominadores você se verá cerceado a sua liberdade de receber votos. Repetimos: “A sua liberdade está apenas naquilo que lhe foi autorizado a fazer pelos donos do poder”.
Talvez você encontre uma maior liberdade nos povos indignas, mesmo assim já perderam bastante. Eles atualmente se veem presos nos espaços demarcados pelas autoridades, com risco de perder seu patrimônio assim que o lucro capitalista usurpar momentaneamente o poder, por suborno ou algo parecido, e sem piedade usando a força expulsar a tribo da sua terra. Sua pouca liberdade de hoje poderá lhe ser retirada amanhã sem nenhuma cerimônia, basta uma canetada.
Não se iluda com o que os donos do poder lhe tentam mostrar, que somos livres, que a democracia atual é o mar de rosas. Nossa liberdade é pequena, para a maioria o suficiente para ter uma vida normal e saudável. O perigo é que o pouco que temos nos poderá ser retirado fazendo uso de apenas uns simples mecanismos. O ser humano sempre teve o sonho de dominar. Cada um deseja dominar outros, impor seus pensamentos, seus gostos… Neste caldeirão fervente a sociedade sempre esteve, foi um cacoete nas mãos dos que conseguiram galgar até o topo. Esta liberdade que tenho de escrever agora muitos no passado não tiveram e muitos no futuro poderão não ter mais. O risco é iminente ao ser que vive em sociedade.
Autor: Luiz Carlos Marques Cardoso.
