DOUTOR E SANTO AGOSTINHO. Ontem, a festa foi da Mãe. Hoje, a festa é do Filho. Ontem, foi Mônica. Hoje, é Agostinho. Ambos se entrelaçando! Os dois se tornaram um só coração! Uma foi Santa, há muito tempo. Outro se tornou bem mais tarde, devido a ela. Assim, dessa forma, o mundo ganhou estes dois notáveis presentes. Mônica foi aquela mãe que, enfrentando os açoites da tempestade moral, quando seu primogênito enveredou- se por caminhos nebulosos, da farra ao ateísmo, ela buscou a solução mais viável para esses tantos problemas! Ancorou- se na oração! De noite à madrugada, em todo o dia, ela buscava o diálogo com o seu Redentor, donde pedia bênçãos para seu filho primeiro. Sem exigir, deixava que seu Senhor fizesse o que bem lhe aprouvesse. Afinal de contas, ao nos ensinar o Pai Nosso, Jesus asseverou o Fiat Voluntas Tua, que é Seja Feita a Tua Vontade. Foi o que Mônica praticou, repetindo a todo momento que caberia a seu Divino Amigo fazer, o que achasse melhor. Esse bate-papo interrompível durou 33 anos, até quando seu filho, tachado de “vida – torta ” e sem crença alguma, converteu- se ao ouvir os arroubos dos sermões de Santo Ambrósio. Como se houvesse recebido um empurrão, encontrou na Bíblia, na Epístola de Paulo aos Romanos 13, 13 a Palavra de Deus: “Comportemo-nos com decência…Revistam- se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditado como satisfazer os desejos da carne.” Já convertido, foi catequizado por Santo Ambrósio que o batizou e, a seguir, depois de algum tempo, voltou para a África, onde nasceu em Argélia, fundando uma comunidade cristã, ocupada na oração, estudo da Palavra e vivência total na caridade. Ali foi ordenado Sacerdote e, depois, Bispo de Hipona. O então rebelde Agostinho que tantos dissabores e sofrimentos à sua mãe, Santa Mônica, graças a ela junto a Deus, hoje, ele é Santo, sábio, apologista, e fecundo filósofo e teólogo da graça e da verdade, não só da Igreja Católica, mas também da Anglicana, Ortodoxa e Evangélicas. Meditemos essa verdade: aqui está o resultado da ação benfazeja de uma Mãe! Com certeza, se não houvesse a persistência de uma Mãe, que não se descansou até que visse o seu filho no caminho certo, jamais o mundo teria no rol da santidade e do heroísmo um vulto que enobrece a humanidade! É um retrato vivo para as Mães que não insistem nem persistem, porém desistem, quando as dificuldades chegam no caminho! É um desafio para a justiça que fala da ressignificação da pena, mas não acredita que. “todo ser humano tem um oásis de dignidade,” como alertou o jurista italiano Vincenzo Manzini. SANTO AGOSTINHO, Rogai por nós.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.