Segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), volume 21, páginas 98 a 103, Rio de Janeiro, 1958, a primeira penetração ocorrida no território do município de Paramirim deu-se em consequência da colonização e exploração das minas do rio de Contas, no município de Rio de Contas, quando portugueses e brasileiros, seguindo pelas margens do rio Brumado, cujas nascentes se contravertem no pico das Almas com as do rio Paramirim, lograram acesso às minas de ouro do morro do Fogo, nas proximidades do vale do Paramirim, onde se encontra hoje localizada a cidade do mesmo nome.
Assim surgiram, nos princípios do século XVIII, os primeiros habitantes dessa região, os portugueses Manuel José Pereira, tenente Valério Manuel Viana, Luís Ribeiro de Magalhaes, Antônio Ribeiro de Magalhães e Manuel Marques Vilela e os brasileiros Antônio da Rocha Bastos e José da Rocha Bastos. Além das explorações de minério, começaram eles a incentivar a agricultura e a pecuária, organizando as primeiras fazendas do território, como a da Cachoeira, a da Conceição, a Santa Apolónia e a fazenda Pires.
Para quem pretende conhecer melhor a história do município de Paramirim quanto à sua origem e evolução tem que se apegar a essas informações, nelas se encontra o lastro genealógico de grande parte das gerações que atualmente habitam o seu território ou se espalham por ai. Registrar a constituição familiar de cada um desses pioneiros e a consequente multiplicação de seus descendentes, sabemos que não é tarefa fácil devido à complexidade de sua formação e a ausência de fontes seguras sobre o assunto. 0 que não se pode fazer é se atrelar a certas anotações precipitadas e confusas que acabam desconstruindo a verdade dos fatos com sérios prejuízos para a história. Por isso, preferimos a deixar em aberto as questões duvidosas do que aventurar um registro sem a sua devida comprovação ou a certeza da resposta.
Esclarecemos também, antes de entrarmos no mérito do presente trabalho, que todas os conteúdos aqui registrados têm o seu valor individual e coletivo. Cada texto nos leva a conhecer os pormenores do tema abordado e ao mesmo tempo constrói bases para o entendimento de outros aspectos do contexto histórico de Paramirim, de forma didática e cronológica. A nossa intenção é contarmos um pouco da história do nosso município partindo sempre do primeiro fato, da primeira pessoa ou do rastro mais remoto deixado pelos seus protagonistas baseado no princípio de que tudo na vida tem o seu começo, a sua origem o seu ponto de partida.
Pretendemos com isso chegar ao máximo possível de abordagens a fim de atingirmos os diferentes aspectos da trajetória de uma fazenda que se evoluiu à cidade e de uma cidade que busca sua autoafirmação a cada dia que passa. Todos os textos serão escritos em sete parágrafos. Não importa o seu tamanho. O interessante será o rastro de informações calcado nas suas linhas através de uma narrativa clara e objetiva. Não desprezaremos as referências cronológicas, pois a nossa intenção é resgatarmos o que se acha disperso por ai a fora fazendo o sistemático registro dos resultados para evitarmos o total desaparecimentos de importantes peças de nossa história.
Muitos serão os desafios a enfrentar. Não importa. Se fosse racil, não teria graça, nem valeria a pena. Na base de dois temas por semana, gastaríamos aproximadamente um ano para chegarmos a uma centena de textos, quantidade que julgamos suficiente para o lançamento de um livro. Tudo vai depender de tempo, saúde e muita determinação. Esperamos continuar contando com o incentivo de todos que já nos acompanham ao longo de cinco anos para chegarmos a esse patamar, bem como de outros que venham se interessar pelo nosso trabalho.
Assim sendo, começaremos do mais distante para o mais próximo, cabendo a primazia do primeiro lugar ao cidadão Manuel Jose Pereira, conforme se encontra registrado no documento acima mencionado e outros pesquisados ao longo de nossa convivência com a história local. Cada página abordará um tema, cada tema um publicação. Estaremos atentos quanto a sequência das postagens, algumas com ilustrações, outras não. Dessa forma, desejo a todas uma feliz e proveitosa leitura. A história de Paramirim clama pela sua publicação. Alea jacta est (A sorte está lançada). Vamos garimpar os fatos.
Paramirim, 13 de fevereiro de 2021.
Prof. Domingos
Fonte: Facebook de Domingos Berlamino.
