Ficamos sabendo ontem, dia 20 de fevereiro de 2015, da imagem que se formaria no céu no início da noite. Contudo quando saímos para apreciar, a Lua já havia sumido no horizonte. Nesta noite de sábado (21), conseguimos vislumbrar tal beleza. Tiramos algumas fotografias. Como é lindo ver o vermelho de Marte.
O texto que segue abaixo tem como fonte (Mensageiro Sideral):
A Lua estará num crescente bem fininho, o que agrega valor à observação, pois sua iluminação não será suficiente para “apagar” o tênue brilho de Marte, que terá apenas um centésimo do de Vênus.
A diferença especialmente grande de brilho entre nossos dois vizinhos planetários se explica por diversos fatores. Primeiro, Vênus é naturalmente maior e mais brilhante que Marte mesmo, por conta de sua densa camada de nuvens que refletem uma imensa quantidade de luz solar (não é à toa que é o planeta mais brilhante visto da Terra, só perdendo o posto quando “se esconde” atrás do Sol, cedendo a primeira colocação ao gigante Júpiter). Em segundo lugar, apesar de parecerem próximos no céu, há um truque de perspectiva. Marte está bem mais afastado de nós.
É o que os astrônomos chamam de conjunção — a aproximação aparente de astros no céu. Elas acontecem com frequência porque o Sistema Solar está todo ele praticamente distribuído num único plano. Por isso o Sol, os planetas e a Lua trafegam nessa única faixa de céu.
Esse é mais um daqueles eventos democráticos — basta ter olhos para ver. Binóculos só atrapalham (não agregam detalhes aos objetos, salvo a Lua, e não permitem enquadrar os três na mesma visada). “Você não vai conseguir enquadrar os três astros”, diz o astrônomo Cássio Leandro Barbosa.
O que você precisa então? Só céu aberto e um horizonte livre na direção oeste. Observe a partir das 20h (horário de Brasília), quando o céu já estiver suficientemente escuro para encontrar pelo menos a Lua e Vênus. Marte, bem mais tênue, é um bônus.
Ao olhar para Vênus e Marte, lado a lado, lembre-se dos extremos que encontramos no nosso Sistema Solar interno. Todos os dois, como a Terra, são mundos rochosos. Mas Vênus, mais próximo do Sol, é quente demais para a vida. O planeta vermelho, por sua vez, mais afastado — gélido e pequeno demais para conservar atmosfera e calor. Ambos secos, um por congelamento, outro por ebulição. Entre eles dois, o nosso planeta — nem muito quente, nem muito frio. Na calibragem certa para o cultivo de criaturas capazes de observar as belezas que as cercam no espaço. Bom espetáculo!