Sta. Flávia Domitila e o Dia do Silêncio. Aqui também se celebra o Silêncio. Alguém poderá interpelar o porquê dessa comemoração, vez que para ele o silêncio pode traduzir um gesto de covardia. Ora, este lastimável equívoco subsiste diante de uma atitude que nem todos têm a força moral para praticá-lo. O “silêncio é eloquente porque, antes de tudo, é a eloquência do caráter”, disse-o o escritor francês Alphonse de Lamartine. Muitos também confundem que nossas ações só aparecem pelo grito, pela propaganda, pela lavagem cerebral. A propósito disto, um próprio princípio lapidar do Direito Romano assevera: “Qui tacit consentire videtur”, ou seja, “Quem cala consente”! Confundem alguns que isto autoriza a viver só de gritos e exibições para que sejam notados. Contudo, a realidade é outra, pois em certos momentos, o silêncio é mais valioso que o discurso. A propósito disto, faz-me lembrar o religioso Charles de Foucauld que levou à frente a filosofia de pregar pelo testemunho silencioso o que fez arrastar multidões para seguir o Cristo por este tipo de testemunho! O filósofo americano William James, um dos fundadores da psicologia moderna, definiu: “O exercício do silêncio é tão importante como a prática da palavra”. Assim expressando não queremos afirmar que devamos calar quando deveríamos muito falar, mas não podemos subestimar o valor insuperável do silêncio. Charles de Foucauld pregava o Evangelho sem palavras; só pelo testemunho. Sta. Flavia Domitila, a Patrona do Silêncio, sofreu a asfixia sem alardear. Paulo Gustavo fez grandes caridades no silêncio. É QUE O BEM NÃO FAZ BARULHO PORQUE O BARULHO NÃO FAZ BEM!!!
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.