
RAIMUNDO DE DONA ZU. Este notável cidadão talvez muitos daqui não o conheceram. Raimundo Porto de Oliveira era seu nome. Filho de Etelvino José de Oliveira e Jesuina Porto, nasceu em Lagoa do Mato, área submersa na Barragem do Zabumbão, desta Cidade. Aqui foi criado junto a seus 9 irmãos pelos seus pais que prepararam sua prole para a verdadeira cidadania: o trabalho, a gentileza, a harmonia social a solidariedade… Ainda jovem, aprendera a função de protético, ou seja, de dentista prático, exercendo este mister por toda está Chapada Diamantina. Antes disso, executou seu trabalho rural nos terrenos da família, notadamente, a moagem nos engenhos de rapadura e no plantio de feijão. Família exemplar ele a teve! O seu pai Etelvino, de uma calma cativante. Sua mãe, Dona Zu como era familiarmente conhecida, de uma bondade santificadora, em especial nos momentos cruciantes! Aonde houvesse um velório, estava ela presente, a noite inteira, solidarizando-se com a família! Como diz o ditado popular: “Casa de Pai, Escola de Filho,” todos os filhos daquele Casal venerando, assumiram naturalmente em seus corações e suas vidas, aquele ideal de Servir! Por onde passaram ou estiveram, deixaram registrados os rastros de altruísmo, de empatia, de comiseração, de apoio irrestrito em toda e qualquer situação. Cada um que se mudou daqui, levou consigo a benfazeja ação familiar para outras plagas, conduzindo, ao mesmo tempo, o nome de Paramirim, vez que semeariam em terras outras as sementes fecundadas neste chão de Santo António, o Padroeiro Forte. Foi noutra comunidade também deste sertão da Bahia, Brotas de Macaúbas, que Raimundo de Dona Zu se fixou. Constituiu família, trabalhou, fez o bem, viveu na prática de sua vida o testemunho de um cristão que sempre seguiu as pegadas do Cristo Jesus! Tive a oportunidade de manter algum diálogo com o mesmo, o que me encheu de orgulho de ver uma vida fecunda de valores de todos os matizes! Seu modus vivendi era um exemplo não só para ser admirado, mas, sobretudo, para ser seguido! Já me ajudou a conseguir uma ajuda para o Hospital. J. A. Rezende, através de uma amizade que ele mantinha com um representante daquela Entidade beneficente! Este gesto, que reputo como amor profundo à nossa terra, jamais será esquecido! Raimundo nada mais é que a extensão de Paramirim à terra em que ele adotou como sua segunda pátria! O amor que ele mantinha por aqui e por lá fez dele um imenso coração para abrigar tanto bem-querer pelas duas terras: a que lhe serviu de berço e a que agora servir-lhe-á de túmulo. O que importa, velho amigo, é que no céu você continuará na companhia inseparável de Nossa Senhora das Brotas e de Santo António, o Padroeiro Forte, ambos Patronos de seus dois Municípios! Eles estarão, de braços abertos, para recebê-lo, pois você terá a recompensa porque muito serviu e muito amou! Gratidão!!!
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.