O QUE VALE É TESTEMUNHO!!! Iniciarei minhas humildes palavras com um texto muito bom do psicólogo carioca Dr. Luiz Ainbinder que traduz uma real realidade. Ei-lo: “Havia, certa vez, uma mulher que era religiosa, devota e cheia de amor a Deus, mas também era arrogante e prepotente. Toda manhã ela ia à igreja. E, no caminho, crianças pobres a chamavam, mendigos a abordavam, mas ela os ignorava. Ora, um dia, foi pela rua do modo costumeiro e chegou à igreja em cima da hora do culto. Empurrou a porta, mas não conseguiu abri-la. Empurrou outra vez com mais força e percebeu que a porta estava trancada. Aflita, pensando que perderia o culto religioso pela primeira vez em anos e não sabendo o que mais fazer, olhou para cima. E lá, bem à sua frente, achou um bilhete pregado à porta. Dizia: ESTOU LÁ FORA! “Isto para todos nós que frequentados nossas igrejas traduz uma realidade incontestável! Somos assíduos aos atos religiosos, mas não somos presenças na vida do irmão sofredor! Costumamos falar que estamos com pena de alguém! Porém, qual o tipo de pena é esta que só se contenta em lamentar, sem nada fazer para ajudar?! Caridade é o que se impõe! Contudo, devamos libertar do conceito de que caridade é o ato exclusivo de dar esmola! Muitas vezes, este gesto até piora a situação, pois humilha e finge não ouvir o apelo sofredor! Caridade vai muito mais além! É a presença, nem sempre o presente! É a solidariedade em todos os momentos que preciso for! É o apoio moral, é a escuta, é o amor efetivo e afetivo a qualquer um! Por sinal, hoje celebra-se a gesta de Santa Maria Madalena que sabemos ter sido uma mulher rejeitada pela cúpula religiosa e econômica daquele tempo, só porque vivia a prostituição.! No entanto, Jesus a acolheu, dando-lhe a oportunidade inserir-se na missão a que Ele propunha! E sabem o que aconteceu? No dia seguinte da crucifixão, ela foi ao sepulcro visitá-lo, tendo a surpresa de ser a primeira a ver que Ele ressuscitou, chegando a falar com Ele que lhe avisou não estar mais ali e ela o chamou Raboni que quer dizer Mestre! Daí, aquela mulher considerada a escória da sociedade foi quem anunciou aos discípulos: “Vi o Senhor! E contou o que Ele lhe tinha dito!” (João 20. 18). Por aí se vê que o Mestre não pretendeu uma religião elitista, numa abstração alienada da realidade terrena! Pelo contrário! Adverte com certeza o Dalai Lama, o líder espiritual dos budistas: “Orar não é o mais importante é praticar a Caridade e o Amor, mesmo para uma pessoa que não seja religiosa”. Um ato de amor ao próximo ê a maior postura de caridade que podemos adotar. Praticar a Caridade em um mundo que não se sabe mais o que é empatia é um ato revolucionário. Pratiquemos a Caridade. Jesus disse categoricamente: “O que fizerdes a um desses mais pequeninos irmãos, a Mim. o fizestes” (Mateus. 25,40) O Mestre deu o exemplo: Olhem Madalena! “NA CARIDADE NÃO HÁ EXCESSOS” (Francis Bacon). Encontre a felicidade, praticando- a sem parar!!!
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.
