Alguns dias atrás nós passamos por uma propriedade que se alonga até o leito do Rio Paramirim na comunidade de São João. Tiramos algumas fotos. As fotografias relatam aquilo que todos nós já conhecemos há um bom tempo: O nosso querido Rio Paramirim pede socorro. Sabemos que o Rio nasce na Serra das Almas entre Rio de Contas e Érico Cardoso, passa por vários municípios até desaguar no São Francisco na cidade de Mopará. O Rio é extenso, foquemo-nos apenas com o trecho que vai da Barragem Zabumbão até o município de Caturama.
A mata ciliar em boa parte das margens já não existe mais. Na falta das árvores, proteção natural, a terra não encontrando obstáculos vai parar no fundo do leito, com o tempo o mesmo perde a capacidade de segurar o líquido, pois se torna plano. Quando o leito fica raso a captação da água torna-se difícil e com o desenrolar da estiagem impossível. Se o leito for fundo esse espaço servirá como uma caixa, um reservatório, para a água descer ele terá que está cheio. O esgoto é realidade e está por todos os locais onde há intervenção humana.
O que fazer para recuperar o nosso Rio? alguém indagará. Não é nada fácil, pois se fosse já não seria mais um problema. No trecho comentado há inúmeros proprietários, convencê-los parece quase impossível. Reflorestar as margens surtiria efeito? Melhoraria, mas somente esse ponto não sanaria o drama. Desassorear o leito do rio? Boa ideia. Mas a pergunta é: “Quem faria o plantio e a limpeza do leito? E de onde sairia tais recursos?”. Os donos das propriedades não têm condições de arcarem sozinhos com esse alto custo e nem podem sem licença ambiental dos Órgãos competentes. E a Codevasf não poderia cuidar do nosso Rio? Se quisesse, sim, mas ela tem desafios maiores e não nos daria esse privilégio.
Se o Rio Paramirim está doente, em breve será encaminhado a UTI, depois só Deus sabe para onde ele irá.
As fotos nos mostram as tabuas tomando conta do leito assoreado. E agora José?