Olhando estas sugestivas fotografias, perco-me nas débeis ilusões de uma sociedade que respeitasse o passado. As gerações nascem e logo são arrastadas para debaixo do solo, sobre a terra uma lápide com os dados do defunto, uma cruz como esperança da ressurreição. Vemos a morte do Morro do Fogo e sorrimos com a modernidade que lhe trará a destruição. Há locais que nasceram para serem preservados, o Morro é um desses. Por que não preservar? A história jogada no ralo… Nosso povo aos poucos vai perdendo suas raízes, aos poucos vai se dissipando mundo afora e se tornando rês na boiada universal. Da mesma forma que matamos o Morro, matamos o Reisado, matamos as tradições juninas, matamos os casarões, matamos nossas diferenças e abraçamos a enjoada cultura de massa fruto de uma mídia materialista e consumista.
As fotografias encontram-se na Secretaria de Cultura de Paramirim.