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Paramirim
30 de abril de 2024
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Falando sobre as primeiras estradas de Paramirim

Falando sobre as primeiras estradas de Paramirim

Após reassumir o comando municipal, em janeiro de 1931, o Sr. Francisco Brasil Rodrigues da Silva, sem as honrarias da Guarda Nacional, por desativação desta desde a década de 20 um amplo pacote de obras, dentre as quais a construção e reconstrução das estradas vacinais do município, um benefício de grande necessidade por conta da chegada do automóvel no sertão da Bahia. Conhecedor que era da realidade territorial de sua comuna e diante das constantes cobranças da população, principalmente de Água Quente e Santa Maria do Ouro, Chico Brasil contratou cidadãos de sua confiança para executar o melhoramento dos principais caminhos do interior do município, abrindo-se assim, as portas do comércio local, principalmente de produtos da lavoura e da pecuária para outras praças mais próximas. Uma medida de salutar importância para a época, com repercussão até os dias atuais.

Muito exigente na escolha de seus auxiliares, pautando-se também nas recomendações feitas pelos seus correligionários mais diretos, dentre eles, o seu particular amigo Odilon Cardoso, chefe político em Água Quente, Chico Brasil toma uma inédita decisão. Convoca para as fileiras de sua administração um jovem de 19 anos, nascido em 03 de outubro de 1912, para assumir a secretaria da Prefeitura. Por essa forma, o autodidata Ulysses Cayres Brito, passa a ser o redator chefe dos atos administrativos e o homem de confiança de um poderoso chefe para ler, escrever e despachar todas as correspondências de sua gestão. Era o novo unindo-se ao velho, o calouro auxiliando o veterano. Ai também começa uma nova etapa na história do município. Os arquivos da prefeitura anteriores a 1930 praticamente não existem. Os livros desse período desapareceram pelo desgaste natural do tempo e o que poderia servir de fonte histórica foi sucumbido pelo descaso no vendaval dos anos. A partir de 1931, as palavras voaram, como sempre voam, mas muitos dos escritos ficaram, graças aos cuidados da pena caprichosa do jovem secretário, a exemplo dos contratos de empreitadas por ele lavrados, aqui tomados para subsidiar nossas informações sobre as primeiras estradas de. Paramirim.

Para sorte da posteridade, ao efetuarmos uma minuciosa busca em antigos papeis da prefeitura, para alicerçarmos nossas pesquisas sobre a história local, remexendo fragmentos de celulose dilacerados pelas traças, resgatamos os originais dos contratos aqui citados, todos relativos à década de trinta. Pelo conteúdo dos mesmos, percebe-se a preocupação da gestão municipal em fazer algo de duradouro e de boa qualidade para ofertar melhores condições de tráfego aos transeuntes e veículos daquela época. São quatro obras primas, que nos remetem ao início da administração de Chico Brasil (1931/1933) esculpidas pelo punho do jovem Secretário Ulysses Brito, no início de sua carreira como funcionário público municipal, cargo que ostentou por mais de 20 anos, com muita dedicação e sabedoria. Valemo-nos, pois, dos mesmos, como reais testemunhos do passado para informar que em setembro de 1931 foram transformadas em carroçáveis as primeiras estradas do território de Paramirim, partindo da sede municipal para as localidades de Boca do Campo, Santa Maria de Ouro, Água Quente e Livramento.

Em um desses documentos, firmado pela prefeitura com o Sr 0ctaviano Correia da Silva Neves, em 20 de novembro de 1931, ficou estabelecido a forma, o valor e o prazo para construção do trecho Paramirim-Rio do Pires, da estrada de rodagem que vai da vila de Paramirim à sede do distrito de Santa Maria do Ouro. Na cláusula terceira desse contrato, diz que as obras a serem realizadas serão fiscalizadas pelo próprio prefeito municipal, devendo as mesmas serem entregues ao município depois de inspecionadas meticulosamente e de serem julgadas prontas e boas para o funcionamento. Tudo isso, dentro de um prazo de 30 dias a contar da data da assinatura do termo firmado, pela quantia de (949$600) novecentos e quarenta e nove mil reis e seiscentos reis a serem pagos quando a estrada for considerada apta ao trânsito de veículos a motor com a necessária segurança e caráter permanente.

Um dos traços observados nesses documentos é a seriedade da administração municipal na aplicação do dinheiro público. As exigências estabelecidas, mesmo sabendo das serias dificuldades encontradas nunca foram obstáculos para um administrador ser honesto. Assim se pautava o Coronel Chiquinho.  No tempo em que um fio do bigode tinha o valor de uma assinatura em cartório. Tempo em que a palavra dada era palavra empenhada e rigorosamente cumprida mesmo que fosse necessários pesados sacrifícios. Imaginar o velho Chico Brasil, a cavalo, vistoriando obras na zona rural, dando ordens, cobrando pressa, com o seu longo bigode e óculos de grau, só em pensar nos faz estremecer, pois a sua fama de austeridade correu o município de ponta a ponta, atravessou fronteiras e o transformou em mito do coronelismo, mesmo depois da patente e o penacho terem desabados. Por incrível que pareça, os caminhos traçados pelos pioneiros do município, nos primórdios da história local, mesmo sem o concurso da engenharia moderna, servem até hoje de rotas seguras por representarem o melhor aceso a outras localidades. Com a chegada do asfalto e das modernas rodovias nos pontos mais distantes do interior, as distancias encurtaram mas as marcas do passado jamais serão apagadas por que elas foram calcadas pelos pés resolutos dos escravos e dos coronéis que aqui viveram abrindo as clareiras do passado, do presente e do flutuo.

Ressaltamos que na década de 30, o município de Paramirim ainda se engatinhava, poucos avanços obtidos. Muitas restrições e falta de apoio governamental. A sede do município até então era uma simples vila, vindo alcançar a categoria de cidade somente em 1938, ano em que o distrito de Santa Maria do Ouro passou a ser oficialmente denominado de Ibiajara, palavra de origem indígena que significa terra de Nossa Senhora.

Nessa década o município construiu e remodelou 171 km de estradas, tudo na base do carro de bois e da picareta pela considerável quantia de 4:231$100 (quatro contos, duzentos e trinta e um mil e cem reis). Não havia máquinas ou qualquer outro tipo de equipamento mecânico A diária de um trabalhador rural ou braçal, praticamente de sol a sol, era tabelada pelo kg da carne bovina. O valor oscilava de acordo com a safra e a movimentação do comércio. A pobreza trabalhava em troca da boia e os mais jovens arribavam para o interior de São Paulo. As leis que regulamentaram os direitos trabalhistas chegaram bem mais tarde e muitos não as cumprem até hoje por irreverencia ou por proteção.

Ainda sobre as primeiras estradas de Paramitim fazemos uso de um ofício de Dr. Edgard Landulpho da Rocha Medrado, datada de 10 de novembro de 1936, informando a existência de 3 estradas de rodagem no município, com as seguintes descrições: a primeira delas da vila de Paramirim ao município de Livramento numa extensão de 39 quilômetros passando pelas fazendas Várzea Redonda. Poções, Caraíbas e Pau de Colher, encontrando com a de Livramento no Riacho da Bocania. A segunda em direção a Santa Maria do Ouro.

assando pelas fazendas Novo Horizonte, Baixinha, Pajeú, São João e Tabua, prosseguindo. Pelo Riacho da Espora, arraial de São Sebastião, Malhada Grande, Umbuzeiro, Lagoa do Curralinho do município de Macaúbas, arraial do Rio do Pires, Rio da Caixa, Alecrim e Santa Maria do Ouro em território de Paramirim com 57 quilômetros. A que segue rumo a Caetité com 75km de extensão, passando nas fazendas Mucambo, Cacimbas Conceição e Cipó e em seguida por Boca do Campo e arraial de Tanque Novo até entroncar em Jatobá com a de Caetité, todas sem conservação por falta de recursos. A correspondência menciona também a estrada que dá acesso a Vila de Água Quente, passando pelos Sítios Caraíbas, Pé do Morro, Lagoa do Arroz, Pau da Bateia, Volta do Rio e Cachoeira com 15 quilômetros também sem conservação. Com essa descrição, fica um resumo das estradas carroçáveis de Paramirim reconstruídas na gestão do prefeito Francisco Brasil no ano de 1931, consideradas as primeiras do município.

Paramirim, 29 de agosto de. 2021

Prof. Domingos

Fonte: Facebook de Domingos Belarmino.

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

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