DIA DO FOLCLORE… O Dia do Folclore é festejado a 22 de agosto porque foi nessa data que, em 1846, que o inglês William John Thoms lançou a palavra. “Folclore”, composta por duas expressões: “folk”, do inglês significando. “povo”, e. “lore” significando “estudo, cultura, saber.” Este Dia é celebrado internacionalmente, inclusive no Brasil. É fundamental para um País conhecer as raízes de suas tradições populares e analisá-las, assim como as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam- se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas, crendices e tudo o mais que define a cultura popular. No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 17 de agosto de 1965, por Decreto do então Presidente militar Humberto. de Alencar Castelo Branco. No Dia do Folclore, costuma- se relembrar os elementos mais importantes da cultura popular, tais como as danças, os ritmos, a culinária, as festas e os personagens do nosso folclore. Aqui, em nosso sertão, destacamos entre as danças o forró, as marchas de carnaval, o samba e o sapateado dos reisados. Os ritmos tradicionais eram exibidos nas serenatas, onde na penumbra da noite levávamos aos ares as canções melodiosas de Chico Alves, Nélson Gonçalves, Ângela Maria, Dalva de Oliveira e tantos rouxinóis que embalavam o sono e faziam sonhar qualquer coração. A culinária rica e farta, pois a feijoada, a buchada, a farofa, e até mesmo o requeijão, a xiringa, a brevidade, o cuscuz e tantas outras coisas satisfaziam a vontade do povo sertanejo. As festas eram e continuam sendo a atração mor do calendário culto- folclórico de nossa região. As festas juninas, destacando- se o São João, o São Pedro e o Santo António, envolvem este sertão de uma atmosfera de alegria que encanta e seduz. Para nós daqui o Santo António, o Padroeiro Forte, traz à baila riquíssimas manifestações culturais folclóricas a começar da Alvorada introdutiva dos festejos de 13 dias! Ainda, reinam as crendices, as superstições as estórias, que não constituem um mal a ser expurgado da crença real e verdadeira que norteia as religiões. Muitas delas têm um fundo moral que coopera na formação da personalidade do interlocutor. Afinal de contas, o Folclore brasileiro é alimentado de elementos indígenas, africanos e europeus, o que, juntando todos, dá-se uma salada que ninguém consegue diluir o sabor. Temos de burilar certos exageros, jamais extirpando valores que foram criados com a junção cultural destes povos. Como podemos excluir de nossa história as figuras míticas de uma Sá Lió, um Chico Bazé, um Tião de Sulina?! Como iremos esquecer as cantigas de roda, o chicotinho queimado, o cavalo de pau, as bonecas de Beata?! Como faremos para apagar a crença nas benzeduras, nas rezas das encruzilhadas, nas adivinhações, nos seres lendários?! Como deixar de inebriar- se com as canções seresteiras?! Tudo isto é impossível porque consignado na alma e no coração popular! Por isso, cabe razão a R. Lttiere quando adverte: “Uma cidade sem história, sem pioneiros, sem tradições, não é uma cidade. É um amontoado de casas.” Daí nasceu o Folclore! Daí nasceram nossas tradições! Daí prosseguirá nossa cultura! Daí a nossa responsabilidade!
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.