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Cangaceiros, de José Lins do Rego, é um romance que conta a história de uma família em que alguns dos filhos se tornam cangaceiros. A mãe Josefina padece com sua prole pelo sertão duro do cangaço e das volantes. Como muitos daquela época, apegam-se a um homem santo, local que é destroçado pela força do governo. Sinhá Josefina e seu filho Bentinho são forçados a deixar tudo para trás e ir buscar abrigo na fazenda Roqueira, do capitão Custódio, coiteiro dos cangaceiros. A sina de uma mulher que tem filhos no cangaço é pesada demais para ela, Josefina enlouquece e se suicida. Dois dos seus filhos são cangaceiros, Aparício é o chefe do grupo, todos o conhecem pela região, mata, desforra as donzelas, ataca os povoados. No grupo também se encontra Domício, que até então era manso e pacato, mas que a vida o lançou na labuta do cangaço e se transformou em fera. O capitão Custódio vai aos pouco enlouquecendo, não esquece a morte do filho pelo coronel Cazuza Leotério, amargurado, com sede de vingança e padecendo com uma doença na perna vai se acabando aos poucos. A fazenda Roqueira parece terra amaldiçoada. Bento se interessa pela filha do Mestre Jerônimo, um matuto que fugira do Brejo por ter matado. Alice também se interessa pelo irmão dos cangaceiros. A história vai se desenrolando em volta dos fatos ocorridos no grupo de Aparício. Às vezes, algumas cenas se passam no dia a dia do bando, cenas fortes que nos mostram a realidade do que foi o cangaço naqueles tempos difíceis que o sertão passou. A história é marcada por muitos personagens, o escritor soube articular toda a estrutura de sua escrita deixando a leitura agradável. Os diálogos são algo que devem ser frisados. No final do livro aparece um cantador de feira na fazenda e consegue levar Bento e Alice para longe daquela terra que a qualquer momento poderia ser invadida pelas volantes à procura dos parentes de Aparício.