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O sertão estava seco
Tão seco de dá dó
O homem vivia com medo
Temeroso pelo pior
Morreu o boi preto
E o pasto virou pó
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Morreu a vaca amarela
O açude já secou
A vida é uma sentinela
De velar o que restou
De comer só à gamela
A comida já acabou
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Já não existe o jumento
O pobre ser não suportou
Este grande tormento
De não nascer o que plantou
Não sei como aguento
Pois meu corpo já cansou
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O teiú foi à panela
Foi a minha salvação
Minha vida é uma novela
É uma triste danação
Já apertei toda a fivela
Deste meu velho corrião
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Se a chuva não vier
Não terei mais o que fazer
Partirei com filhos e a mulher
Para mode não morrer
Vai morrendo até a fé
Quando não tem mais o que comer
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Autor: Luiz Carlos Marques Cardoso