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A Fonte Secou – O Riacho Desapareceu | .: Focado em Você :.
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A Fonte Secou – O Riacho Desapareceu

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O choro da fonte.

Os tempos vão mudando ao sabor exaustivo dos atores munidos de força e poder. Quem coloca as regras dos acontecimentos, quem impigem seus gostos ao ambiente, são os mais fortes, os mais inteligentes, os que estão gozando do topo da cadeia alimentar. Neste percurso, o mais forte é quem acarreta a extinção do mais fraco quando este não mais lhe interessa ou se tornou um competidor voraz.

No meio da mata rala, onde a floresta já fora densa, verdejante e rica em vida, um riacho é chamado ao diálogo com um ser passante. No passado não tão distante o local era outro, mudou-se completamente. Como pode acontecer assim tão depressa?

Pequeno riacho, por onde anda sua força de outrora? Por onde anda suas lágrimas frescas de alegria que tanto nos alegravam e nos saciavam a sede? Diga-me, preciso entender tudo o que aconteceu. Não estou entendendo a situação. Para onde foi sua alegria?

Preste atenção ao meu redor? Lembra-se bem do que era isto antes? Olhe o que fizeram conosco.

Como era diferente. A floresta era densa, árvores a perder de vista. A quantidade de animais era enorme. Mudou-se bastante. Mas o que fizeram aqui? Como tudo mudou tão rápido? Obra de quem?

Chegaram uns seres que se arrogam dono da inteligência, donos do conhecimento. Disseram-me que são os homens modernos. Saudades eu tenho dos homens primitivos, dos índios. Chamar estes monstros de inteligentes, de dono do conhecimento, é um ultraje a toda a perfeição da mãe natureza. Munidos de machados, motosserra e outras peças mais em poucos dias levaram o grosso das nossas árvores, mataram grande parte dos animais e me fez secar por dentro. Se antes minhas águas eram lágrimas de felicidade, agora são frutos da minha dor, se eu pudesse transformá-las em sangue em protesto eu assim o faria. Minha ferida é profunda, gigantesca. Não consigo mais ter paz. Acabaram com a minha vida.

Que coisa horrorosa. Já ouvi falar muito destes seres chamados homens, ou humanos. Vivo temeroso, pois quem ficar de frente com um deles certamente será morto ou aprisionado. Como eu sei? Um colega meu foi capturado e conseguiu fugir da jaula e me contou tudo. Que terror. Eles não têm coração, são verdadeiros demônios, possuem olhos do diabo. Estamos correndo perigo.

Mas os desgraçados não atentam para si próprios. Fingem, ignoram, que fazendo estas atrocidades estarão prejudicando a si mesmos. Meu medo é que eles retornem e acabe com o restante que ficou. Antes só via finos raios de sol quando o vento balançava a copa das árvores e alguns conseguiam chegar até mim; agora tenho o tempo toda esta iluminação sobre meu corpo a me secar todo. Vivia numa tranquilidade, perdeu-se para sempre. Sei que aqueles infelizes voltarão. De um sonho ao pesadelo em segundos.

Se eu pudesse fazer alguma coisa. Temos que assistir tudo de braços cruzados? Que ódio!

Tem mais, não lhe contei tudo. De uns tempos para cá, eles estão perfurando a terra e com bombas estão retirando meu sangue à força. Não é um nem dois, já passam dos vinte. Breve não terei mais capacidade de ser uma perene fonte de água. O ecossistema ao nosso redor irá perecer e no futuro próximo tornaremos um lugar de plantas da Caatinga, não mais esta mata densa, apenas cactos e arbustos espinhentos.

E não há nada que possamos fazer? Devemos pensar em algo.

Fazer o quê? Devemos suportar nosso triste destino. Só mesmo Deus para nos salvar. Enquanto isso, eu vou chorando meu resto de água e levando vida aos que necessitam de minha ajuda.

Meu Deus.

Corre! Vem vindo gente! Vão tentar pegá-lo.

O cervo que estava abastecido da doce e fresca água saltou em debandada, ligeiro feito o relâmpago; só ouviu tiros em sua direção, latidos de cães e balburdia de homens repugnantes. O animal conseguira escapar por um segundo.

Três diabos sentaram com seus cães ao redor da fonte, com suas imundas botas pisaram na água levantando terra, com as mãos pegaram o líquido e lavaram as fusas, os cães beberam água e, por fim, urinaram dentro. Os homens seguiram sua jornada de destruição, enquanto a fonte sentia mais dor e chorava mais latente a perda da sua vida pregressa, da sua honra. Já não tinha mais razão de viver, gostaria de sentir a dor da morte, de secar por completo. Todavia, a vida de uma fonte nunca morre para sempre, sempre haverá uma luz que poderá ressuscitá-la. Secando e em um ano de muita chuva, a fonte sem vontade própria terá o prazer e a obrigação de jorrar água e de ser fonte.

A natureza é perfeita sobre a visão do Criador, para os seres que gozam as benesses e padecem seus espinhos é o campo da competição e da sobrevivência.

Autor: Luiz Carlos Marques Cardoso.

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

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