As chuvas na nossa região foram acima do esperado. Após vários anos no calo da estiagem, o Sertanejo voltou a sorrir. Tanques, açudes, represas, aguadas, lagoas, todas estão cheias, ou quase a transbordar. A Barragem Zabumbão elevou-se o nível e espantou por enquanto o fechamento da comporta. O capim cresce bonito nas propriedades. A Caatinga verde é fonte segura de alimentação para o rebanho. Poderíamos dizer que o atual momento é de jubilo, é de estarmos morando em um paraíso. Mas nossos velhos problemas persistem, nossa evolução tecnológica no campo e na gestão da água apenas está se engatilhando. Há muito o que ser feito, pelo menos um dos problemas ficou para trás, deu-nos uma trégua, a seca intensa.
A irrigação por inundação agride as normas atuais, fere o lema de se economizar água, gasta-se muito e se produz quase nada. Nossa economia sofre, pois a agricultura que poderia está empregando e injetando dinheiro no fragilizado comércio, praticamente, não existe. Os dias nos cobram trabalho e capacitação para lidar com os desafios do presente e os que virão no futuro próximo. O Meio Ambiente em breve passará a ser mais importante do que a saúde, a educação e o transporte aos olhos governamentais e da própria sociedade. Ignorar nossas falhas atuais na gestão dos recursos que a Natureza nos oferece nos fará padecer por ter gasto nossa poupança com luxos descabidos.
Nossa região é abençoada por Deus. Temos por aqui muito a ser aproveitado como pontos turísticos. Cachoeiras, lagoas, pedras, serras, rios, uma fauna e uma flora exuberante e rica. Poderíamos está colhendo dessas fontes recursos advindos de um turismo consciente e bem programado. Falta-nos investimentos, visão, conhecimento. Temos medo de nos aventurarmos por esses caminhos que outras cidades abriram e passaram a ser a base das suas economias. No nosso quintal vislumbramos uma belíssima Lagoa, agora quase cheia está magnifica, porém imunda por nela ser despejado os dejetos produzidos pela sociedade da sede. O quanto poderia ser feito no seu lago.
O rebanho que sofreu com a seca, come pasto verde, engorda, mas as agruras do Sertão não tardarão em voltar, fazem parte da nossa região, o sofrimento certamente voltará. Devemos buscar nos locais onde mudaram as formas do manejo, que passaram a produzir mesmo em plena seca, para implantarmos aqui tais técnicas. Estamos abandonando a crianção do bode e da galinha caipira, aos poucos vão desaparecendo dos terreiros. Devemos produzir na chuva e guardar para os momentos difíceis. Há muito o que ser feito.
Não somos pessimistas, acreditamos que com educação e força de vontade poderemos fazer grandes transformações. Devemos empregar os recursos nos locais certos para termos os resultados desejados. Não podemos fazer sempre as coisas da mesma forma e esperar resultados diferentes; devemos fazer diferente para colhermos mais e melhor.
A chuva chegou, porém a vaca da imagem que ilustra esta página já havia morrido bem antes.