TRIBUTO A NENZINHA BRASIL
Por Marinho Telles
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Andei andanças mil,
Amei, casei, quinze filhos criei
Hoje volto para meu repouso eterno
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Sei que há uma festança me esperando
Olhos d´água borbulhando
A mãe d´água se penteando
A fogo-pagou gorgeando
A siriema cantando,
Toda a Natureza se engalanando.
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Cheguei de longes terras
De vencer longas batalhas
De voar infindáveis sonhos
E cumprir as jornadas
Que o destino me reservou
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Sei que os tapuias
Dos corações das rochas
Vêm me presentear
Com seus mantos rupestres
E depois perguntar:
– Que fazes aqui?
E eu responderei:
– Só quero carinho…
Nas matas eu nasci
E delas eu gosto, por isso fico aqui.
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Receba sua filha que deste solo nunca esqueceu
Dê-me a paz eterna nos grotões de tuas matas
Sob o manto estrelado da Via Láctea
E a ternura da Lua
Só quero carinho… Não tenho ambição
De nada eu preciso aqui neste sertão.
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Não quero tesouro
Nem sapato de ouro
Nem taça de vinho
Só quero carinho
Sou igual a uma tapuia
Não bebo no copo, só bebo na cuia.
Ói eu, Gameleiras, Ói eu
Quem nos enviou o poema para publicar foi o senhor Piloto Brasil.
PARABÉNS!LINDO!
Uma só palavra define: BELÍSSIMO