Antigamente, o Prof José Cândido Vieira instituiu a celebração do glorioso São José, seu excelso Xará. 31 dias de rezas e louvores constituíram o trintenario que se iniciava a primeiro de março, com a missa oficial a 19, prosseguindo-se até fechar o mês. Isto aconteceu até que houve um bárbaro homicídio que vitimou o pobre Nonô, resultando na interdição do pequeno Santuário por 30 anos, que resultou na mudez de todos os atos litúrgicos no local. Isto durou até que apareceu uma destemida mulher chamada Marreca, lá das bandas de Caetité que se arremessou contra as proibições eclesiásticas e fazia seu devocionario no local proibido, com uma pequena imagem de José que ela recolhia após, numa caixa de sapato, levando-a consigo para sua casa. Isto estimulou Dr. Milton, D. Pequena e a família Lorminda a restaurar definitivamente o festejo interrompido, há anos! Lembro-me daquelas rezas piedosas, quando as duas matronad Lorminda e Mana entoavam o “José gloriosissimo”, nos 31 dias de louvores ao Patriarca! Lembro-me daquele trintenario, cuja participação maior era do “povo da rua”, como lá o chamavam! Lembro-me do lamaçal da Baixa da Égua, onde a lagos inundava e passávamos naquele atoleiro com águas aos joelhos! Lembro-me daquela história que começou a contextualizar-se, seguindo os parâmetros da Igreja conciliar. Assim, foram adequando-se as tradições, tornando-se a romaria com cunho turistico-religioso. Hoje, entretanto, o trintenario reduziu-se a um triduo, devido a essa crise planetária cruel. Repitamos com a voz maviosa de Lorminda e Mana: “Oh José gloriosissimo por todos intercedei… Sempre nos favorecei”.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.