O Mês de junho chegou. Viva Santo Antônio, São João e São Pedro! Viva os santos festeiros! Como manda a tradição vou fazer logo meu pedido a Santo Antônio, esse ano eu quero casar prometo não pedir-lhe mais nada só a Santo Expedito o meu santinho das causas urgentes. Mas se São João quiser me ajudar aceito com muito gosto. São Pedro com certeza se prontificará, pois ele não é ciumento, mas muito gentil.
Assim como todos nós aqui na terra, Santo Antônio também teve a sua missão, franciscano, pregador de oratória incontestável seu dom era visto como uma inspiração divina, erudito, de preparação intelectual vasta e profunda seus setenta e sete sermões sobreviveram para manter viva a sua obra.
O Padre Fernando intelectual notável se transformou em Santo Antônio o Doutor da igreja Católica um dos santos mais amados e homenageados do Cristianismo considerado padroeiro dos pobres e oprimidos, dos barqueiros, dos amputados, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes, marinheiros e é claro o santo casamenteiro.
De imensa devoção popular é padroeiro de várias cidades inclusive da minha querida Paramirim. Salve! Salve! Nosso Padroeiro Forte que vem ao nosso amparo na vida e na morte. Ao nosso querido santo foi atribuído vários milagres. Segundo a história, uma vez meditando à beira-mar sobre a frequente aparição da imagem do peixe nas Escrituras, os peixes teriam se reunido a seus pés para escutá-lo.
Que o santo é festeiro nós já sabemos. Mas o pobrezinho também sofre enquanto os pedidos que lhes foram solicitados não forem atendidos. Inúmeros são os castigos sofridos, colocam a imagem de cabeça para baixo, retiram-lhe o menino Jesus dos braços, etc. segundos os meus ancestrais o castigo acelera a concretização da graça. Se é verdade eu não sei, mas é bizarro.
Como não lembrar, da trezena de Santo Antônio em Paramirim de um tempo em que tínhamos satisfação em dançar quadrilha na praça, como nos divertíamos á tarde nas barracas entre caldos, meladinhas, crianças correndo e muita conversa. A avenida principal enfeitada de bandeirolas. A noite fria e a igreja lotada. Depois da missa, nós e aquele forrozinho gostoso. Não tinha idade certa para estar ali. Todas as cidades da região se faziam presentes, com suas belas moças e seus belos rapazes, época boa para paquerar, pois afinal, chegara o dia dos namorados e na festa do Santo casamenteiro ninguém queria ficar só.
Salve! Salve! Santo Antônio o nosso Padroeiro forte!!!
Poliana Pereira Dantas
polidantas@yahoo.com.br
Oh meu padre Santo Antonio
Padroeiro forte
Seja nosso amparo
Na vida e na morte.
Boa Festa!!! Que o nosso Padroeiro nós proteja sempre.
Recordo dos meus distantes tempo de criança, lembranças que ficaram marcadas para sempre na minha memória. Recordo das noites frias do mês de junho, da praça de Santo Antônio, das fogueiras queimando na porta das casas da avenida principal, da casa de Dona Nice de seu Antonio da maquina, da casa de Gilvandro, de Sá Fié, mãe de Tõe Jorge e tantas outras que faziam grandes fogueiras. Era uma noite inesquecivel, de muita fumaça, olhos ardentes, frio esquentado junto as fogueirasr ou esquentando as mãos uma na outra. Naquela epoca criança na podia beber qualquer tipo de bebida alcoolica, às vezes um pouco de licor de groselha, com a permição dos pais. Como era lindo e gratificante olhar para o céu já estrelado e ver os fogos subirem e pipocar no alto. Mas, eu não gostava era de acompanhar minha mãe Dona Cidinha na missa celebrada pelo Padre Benvindo, pois, não entendia nada da pregação do Santo Padre do que ele falava, eu passava o tempo todo ou cuchilando no colo da minha mãe ou querendo fugir para fora da igreja para participar do corrre e corre da garotada, que brincava com chicotes feitos de palha de coqueiro; era muito gratificante. O ponto alto da festa era quando o sino começava a tocar, os fogos iluminarem o céu, e o reisado do pequeno e grande mestre Dizé aparecia na praça acompanhado de Pedro de Fulora, Toezinho de procópio na gaita, Peixoto, Tião, fulora e outros que não recordo os nomes, mas que merecem ser lembrados e peço mil desculpas pela falta de memória, mas, quando o mastro chegava e sempre acompanhada dos bonecos de seu Ziquinha, tendo o Seu Zé Sapateiro, pai de Mimi, Bil de Seu Maroto vestido de caipora e outros amigos, ai a festa tava feita, era só samba no pé e muitas palmas, fogos, muita pinga, e meu Pai João de Felismina, não perdia este momento, abraços entre amigos e felicidades. Era o meu Santo Antônio, o Santo Antonio da minha infância feliz. Boas Festas povo de Paramirim, com Paz e Felicidades.
Gilmar fêz uma leitura interessante dos festejos de Sto. Antônio e São João dos velhos tempos em Paramirim. Lembro-me bem das foqueiras em frente das casas e colocavam pequenas árvores recheadas c/pequenos presentes tais como: uma cédula de 1 cruzeiro, refrigerantes e outros. Minha mãe fazia uma canjica como ninguém e o ponto que eu mais gostava era de “assar” batata nas borras da foqueira. Enfim, éramos felizes, infelizmente a cultura hoje mudou muito nesse aspecto, para pior. Relembrando o folclore lembro-me com saudades no mês janeiro dos
Reis, principalmente o de : “Salió.”