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Tradição de montar presépio continua forte no interior da Bahia
Desde criança ficava fascinado ao presenciar um presépio no mês de dezembro. Ver o Deus Menino na manjedoura rodeado por animais, pelos reis magos, pelos pastores e por José e Maria. Olhava a estrela e ficava a sonhar com a saga dos reis magos até Belém seguindo o majestoso astro celeste. O mês natalino era o melhor de todos, pois ganhávamos presentes, era momento de festas, de alegria, tudo se transformava. Com o natal a atmosfera da cidade muda, as pessoas ficam mais receptivas, paira no ar o perfume doce da paz e da bondade.
No interior da Bahia, nas terras do sertão, a tradição de montar presépio ainda vive forte e latente. Muitos cristãos montam na sala o seu presépio. A modernidade trouxe novos atrativos, mas esta cultura que nasceu com São Francisco de Assis em 1223 em uma gruta na Itália, e que chegou ao Brasil em 1552 pelo Padre José de Anchieta, ainda desperta em muitas pessoas o prazer de montar seu presépio. Montar o presépio é obra de um artista popular. Cada presépio tem suas peculiaridades. Nenhum presépio é igual a outro. Visitamos seis residências em Paramirim, e em todas elas o presépio tem o toque especial de cada proprietário, ou melhor, de cada artista.
O presépio da senhora Nenzinha é construído sobre um pequeno barco. Tem Jesus na manjedoura, os animais e imagens santas.
O presépio da senhora Elaine é feito de madeira da árvore Barriguda, ou paineira, ele é grande e possui muitos objetos. Até uma pequena plantação viva de arroz há no presépio.
O presépio da senhora Lojangela é estilo uma montanha, onde quase no topo há uma gruta com a cena do nascimento de Jesus.
O presépio da senhora Ziza é feito todo usando caixas de papelão, é grande tomando quase toda a sala.
O presépio da senhora Santana também é grande, há muitas imagens de santos, uma fonte de água e uma árvore de natal ao lado.
O presépio do senhor Dino é feito de pedras, assemelha-se a uma montanha, no topo se encontra uma miniatura de uma fazenda.
Temos informações que existem mais presépios em nossa cidade. Escolhemos estes para compor nosso vídeo. Neste vídeo temos uma noção da grandeza e da importância desta arte. Montar presépio não é um ato apenas de fé e devoção, estende-se ao campo da arte. Com todas as pessoas que conversamos recebemos a mesma resposta, todas montam presépios por amor. Com o amor tudo tende a chegar próximo à perfeição.
Esta tradição não pode acabar. O natal necessita dos presépios. Levem seus filhos e netos para visitarem casas com presépios. Os donos irão adorar.
Para finalizar mostraremos um bate papo com a senhora Ziza, assista até o final e veja a emoção dela ao falar do presépio.
Amo os presépios de Paramirim. Minha avó Idália Cayres de Brito armava um imenso todo ano. Ocupava a metade da sala de visitas. E ela ficava ao lado todos os dias orando. Uma das netas dela casou-se junto ao presépio. Quando mudou-se para São Paulo continuou a tradição. Armo o meu pequenino todos os anos, assim como a minha mãe fazia
Famílias de Paramirim continuam a armar presépios. A tradição vive firme e forte. Visitamos mais casas neste domingo.