
Bioma Caatinga
Eu sou um cacto
Sombra eu não empresto a seu ninguém
Para quem quer encosto tenho espinhos
Sou seco por natureza
Não tolero frescura
Sugo o máximo de tudo deixando quase sem vida os seres
As pedras do chão queimam
O sol de rachar embrutece
A noite para alívio deixo fluir gostoso ar fresco
De tempo em tempo me transformo
Recebo a graça divina e a retribuo
Momento de metamorfose
A lagarta se converte em crisálida
E não tarda em esbanjar beleza nas asas da borboleta
Aí eu sou o doce da jabuticaba
O azedinho do umbu
O cheiro suave das flores
O frescor da mata verde
A paz das águas que correm rio abaixo
Sou Sertão
Sou Caatinga
Tenho um grande coração
Que de tão grande
Por todo nordeste respinga.
Autor: Luiz Carlos Marques Cardoso.