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O sertão mudou rapidamente
Na minha mente continua igual
Ficou pelo passado o verão
Pasta pelo chão triste o animal.
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A chuva partiu com a asa branca
Sobrou lembrança de dias felizes
O vento faz palpitar meu peito
Deste jeito nascem cicatrizes.
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Mês de maio avança o outono
Sem dono fica a casa no lugar
O jumento aguerrido trabalhador
Pela dor da fome vive a penar.
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As árvores desnudas padecem
As estrelas crescem na noite fria
A água desapareceu da terra
Na cabeça pesa muita agonia.
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Logo chegará o bravo inverno
Maior inferno tudo abraçará
Faltando o vigoroso pasto
O magro gado de frio trombará.
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Cada estação com seus problemas
A friagem é tema do momento
Não há nada o que possamos fazer
É sofrer calado este tormento.
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Luiz Carlos Marques Cardoso