O SILÊNCIO DA ROMARIA. Desde que se iniciou a exploração do ouro nas Minas do Rio de Contas, quando surgiu o desejo de expandir a “corrida do ouro” em que o paulista Sebastião Raposo organizou uma expedição em rumo ao futuro Morro do Fogo, em 1715, tendo vindo junto a imagem de Nossa Senhora do Monte Carmelo, hoje do Carmo, implantou-se o culto de louvor a esta Santa. Aos poucos o Arraial do Morro do Fogo foi incrementando a devoção e o culto da Mãe de Jesus, que foi-se tornando uma Romaria. Da data de hoje em diante, a região mudava de aspecto. Era só euforia o clima que circundava o histórico Povoado. Em qualquer tempo, desde aquele ano pretérito, mesmo em tantas crises experimentadas no mundo, desde a cólera em 1820, à gripe espanhola em 1920 e tantas outras epidemias, nunca se cerraram as portas daquele Santuário! Os Romeiros vinham de longe, através de os mais variados meios de transportes, desde os pés até os mais sofisticados automóveis, participar da festa da Mãe do Carmelo. Ninguém, ninguém mesmo, tem arriscado, desde o ano passado para cá, enfrentar esse terrível vírus da peste chinesa que, embora invisível aos olhos humanos, está sorrateiramente infernizando a vida planetária. Resta-nos, portanto, implorar a Deus para desterrar esse infame vírus cruel e resgatar a confiança de que um mundo Novo surgirá para a felicidade geral do planeta. Que a Mãe do Carmelo aceite o nosso Louvor à distância física, contudo, sempre presente em nossos corações, cumulando-nos de bênçãos para todos indistintamente! Confiemos! O pensador americano Thomas Merton assegura que “Deus está mais perto de nós, quando Ele parece estar mais distante”.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.