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Paramirim
25 de abril de 2024
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O primeiro prisioneiro a falecer na cadeia de Paramirim

O prédio da prefeitura, onde atualmente funciona a grande parte da administração municipal, tem sido ao longo de sua trajetória, palco de curiosas histórias, algumas delas com dolorosos acontecimentos, outras marcadas por fatos corriqueiros. Para muitos o relato desses episódios, por retratar um passado de natureza secular, nada tem de interessante, até mesmo para aqueles que têm o compromisso de repassar em sala de aulas o conhecimento cientificamente elaborado. Por conta disso, preciosas informações vão se perdendo na estrada do tempo e a memória de uma cidade, cantada em prosa e verso pela ilustre burguesia que só pensa na ostentação, vai ficando cada vez mais pobre. Pior seria, não fossem os saudosistas que teimam em rememora-los com fidelidade a título de salvar um pouco do que ainda resta no baú do esquecimento. Cultura sem história pouco representa. Os   bens materiais desaparecem, o que fica são os casos que se contam a seu respeito. Como este que passamos a narrar.

Em 5 de janeiro de 1917, o rico proprietário da fazenda Angicos, situada no antigo distrito de Água Quente, vende pelo pereço e quantia de dois contos de reis, à  municipalidade representada pelo seu intendente Tenente- coronel Francisco Brasil Rodrigues da Silva um sobrado edificado na Vila de Paramirim a Praça da Matriz contendo duas frentes uma que dá para a dita praça e a outra que dá para o beco que vai para a praça do Cruzeiro, anexa a uma casa do tenente-coronel João Francisco Lage, contendo também um pequeno quintal murado, havido por compra ao Capitão José de Sousa Spínola Júnior, tudo conforme consta da escritura de compra, venda paga e quitação passada nessa mesma data, no Cartório do Tabelionato de Notas de Paramirim, na época sob o condado do carismático serventuários Arthur César de Magalhães Viana, com a explícita finalidade de servir aos três poderes, como de fato serviu.

Com esse portentoso empreendimento o legendário Chico Brasil agrada gregos e troianos num momento em que Paramirim vivia a intensidade do coronelismo e a igreja do seu padroeiro ainda se achava sem os devidos acabamentos. Nesse período, os olhares se convergiam para a praça Santo Antônio, onde se concentravam as residências das principais famílias e todas as repartições públicas e privadas. Era, portanto o centro administrativo da vila. Dessa forma, o sobrado passou a abrigar a Intendência, o conselho municipal, as audiências do juiz, as sessões do júri, a sede do destacamento de polícia, a delegacia, a cadeia e ainda sobrava espaço para os eventos sociais e outras solenidades.

Na parte inferior desse sobrado, além da sala, onde funcionava a delegacia de polícia, sem nenhuma instalação sanitária, a área do prédio reservada a cadeia era composta de duas celas, uma voltada para a praça Santo Antônio e a outra para o beco do quartel, ambas com gradil de ferro nas janelas.

A história registra três mortes ocorridas nas suas dependências Duas delas, suicídios por enforcamento. Não foi possível levantar o nome das vítimas das duas últimas fatalidades. Mas, na primeira delas, a mais cruel de todas, detalhes há de sobras para serem contados, tanto na literatura oral como nos registros do Cartório dos Feitos criminais da Comarca de Paramirim, principal fonte de nossas informações.

A morte de Zeca Frade (José Alves de Brito Frade), provocada por estampido de arma de fogo (cravinote) em 26 de novembro de 1929, figura-se como o primeiro óbito ocorrido no cárcere de Paramirim. Ficou conhecido como o crime da cadeia.

Perpetuou-se por longos anos na memória dos paramirinhenses para depois cair lentamente nas areias do esquecimento. Crueldade, cumplicidade, impunidade são os principais recheios desse bárbaro homicídio cometido a mando político, enquanto um preso sob a custódia do estado e do município dormia inocentemente numa cela frontal a praça do padroeiro da vila em altas horas da noite.

Como classificar tudo isso com uma só palavra senão como uma barbaridade.

Da boca de minha mãe, que na época do crime gozava do esplendor de suas 22 primaveras, ouvi o relato que a custo tento reproduzir com toda fidelidade. ” Minutos antes da fatalidade, o delegado de Polícia aproxima-se do sentinela que montava guarda no quartel, dispensando-o do posto, alegando que a vila estava em paz e que nada poderia acontecer na sua ausência. Enquanto isso, espichado numa rede, Zeca Frade com uma das mãos apertando o rosto dormia o sono de sua inocência, para nunca mais acordar. Os algozes aproximam-se do prédio da intendência, onde funcionava a cadeia. Chegam sorrateiramente ao parapeito da grade pelo lado de fora. A janela encontra semiaberta para amenizar o calor do recinto. Pela abertura desta, o cano de uma arma de grosso calibre aponta-se para a cabeça da vítima. Na amplidão do espaço, o clarão da lua banha o casario da vila adormecida. Um estampido se faz ouvir. No dia seguinte, sua população toma conhecimento Zeca Frade foi assassinado.

Marcado por extrema covardia e requintes de crueldade, o crime da cadeia é dos tristes episódios do sobrado da prefeitura. Tirara vida de uma pessoa, totalmente sem defesa e muito mais que isso.  Essa brutalidade não sou tisnou de sangue a história de uma comunidade, como também envolveu a elite dominante da época, representada pelo seu intendente, o adjunto de promotor, o chefe político e o delegado de Polícia sob a custódia do qual se achava o prisioneiro. Quanto ao crime, classificado como de mando, envolvendo jagunços e coronéis estes foram chamados a autoria, tiveram que responder processo, movido pela comarca de Rio de Contas, posteriormente julgados e absolvidos por unanimidade através de um júri popular, dois ou três anos depois do homicídio. Quanto à vítima sabe-se que era natural do município de Caetité, vivia do comercio de gado, deixou filhos e esposa. Foi sepultada no antigo cemitério paroquial, hoje Pe. Benvindo, dela não se guardando outros detalhes, para mais esclarecer esse fatídico acontecimento sem precedente na história local.

Paramirim, 22 de março de 2021

Prof. Domingos

Fonte: Facebook de Domingos Belarmino.

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

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