O fato que ora relembramos encontra-se publicado no Jornal Tribuna do Sertão, edição 661, de 16 a 22 de fevereiro de 2002, da cidade de Brumado. Duas décadas depois do acontecido, volto a reproduzi-lo na íntegra, incluindo-o na lista das trágicas efemérides de Paramirim, como o primeiro afogamento ocorrido no lago do Zabumbão, cinco anos depois da sua conclusão. Depois desse acontecimento, houve mais três fatalidades, sendo a mais recente em 27 de março de 2012. Advertimos que o perigo ainda continua, principalmente para os banhistas e pescadores com pouca experiência, face às declividades existentes em vários pontos da represa e a profundeza de suas águas, mesmo em tempos do baixo nível do reservatório.
As pessoas que conhecem as características topográficas da área, onde hoje se localiza o lago formado pela barragem do Zabumbão, podem muito bem definir o abismo que constitui essa represa e avaliar o perigo que existe nos seus domínios, principalmente para aquelas que ali vão nadar ou pescar de forma desprevenida.
Como foi o caso do jovem Alexandre Alves de Oliveira, 18 anos, solteiro, residente na Av. Macaúbas n° 185, filho de José António de Oliveira e Clotilde Alves dos Santos, que na tarde da última quinta-feira, 24 de janeiro, saiu acompanhado de alguns colegas saiu para tomar banho no referido lago e acabou se afogando quando nadava numa das partes mais profundas, sem que ninguém viesse ao seu socorro.
Segundo relato de quem se achava presente no local na hora do acontecido, Alexandre possuía pouca intimidade coma água e, além do mais, foi nadar num ponto não recomendável aos banhistas inexperientes. Outros disseram que já passava das 18 horas quando o fato aconteceu e que uma criança, percebendo a aflição do jovem, deu alarme, mas ninguém ouviu os seus gritos, em virtude do barulho do som mecânico instalado nas barracas junto à represa.
Constatado o afogamento, vários mergulhadores vasculharam imediatamente a área de mais de 5 metros de profundidade, sem se obter nenhum resultado. No dia seguinte, as buscas foram retomadas com a colaboração de outros voluntários, mas todas elas infrutíferas. O corpo só foi encontrado por volta das 16 horas de sexta-feira, graças à intervenção de três mergulhadores que vieram da cidade de Érico Cardoso em atendimento ao apelo formulado pelo comerciante Iraí Lando Oliveira Magalhães, que também participou das buscas.
Com o rosto bastante estragado em decorrência do ataque de peixes (piranhas), o corpo da vítima foi levado ao Hospital Dr. José Américo Rezende e ali preparado para seu sepultamento, ocorrido às 20 horas de ontem, no antigo Cemitério Paroquial de Paramirim.
Alexandre era estudante do 2° ano do Curso de Formação Geral do Colégio de Paramirim, trabalhavam na Ciclopeças, sendo considerado arrimo de família pelo fato de seus pais estarem separados.
Paramirim, 24 de junho de 2021
Prof. Domingos
Fonte: Facebook de Domingos Belarmino.