A Bahia curva-se reverente pela partida, na tarde de hoje, do insigne ex-Governador Roberto Santos. Médico, cientista, professor, Secretário de Saúde, Reitor da UFBA, governador da Bahia (1975-1979), Ministro da Saúde do presidente Sarney, deputado federal, estes são alguns dos muitos cargos e postos que ele ocupou ao longo de sua vida vivida e que deixou a terra aos 94 anos, num legado interminável na história. Era filho de Dr. Edgard Santos, primeiro Reitor da UFBA. Nos Estados Unidos, especializou-se em clínica médica numa temporada nas Universidades de Cornell, Michigan e Harvard. A seguir, foi à Grã-Bretanha, onde se especializou em Medicina Experimental na Universidade de Cambridge. De volta ao Brasil prosseguiu atuando na Medicina e no Ensino Superior. Abdicou de secretário de saúde para ser Reitor da Universidade Federal da Bahia. A primeira filiação partidária foi em 1974, quando ingressou na ARENA, sendo indicado para o governo da Bahia. Publicou mais de 40 obras, dentre as quais Educação Médica nos Trópicos. É membro da Academia Baiana de Letras e Academia Nacional de Medicina. Dedicando-se seu governo à educação, construiu mais de 3.000 salas de aula na Bahia, bem como 33 Centros Sociais Urbanos, objetivando atender à população de baixa renda. Seu grande marco administrativo foi a construção do Centro de Convenções da Bahia, dotando a Cidade de um moderno local de eventos. Nesse mesmo diapasão localista, implantou- se o Projeto Urbis, voltado à construção de casas populares, o que merece contínuos aplausos porque sempre se lembrou dos necessitados, vez que a tônica do momento é “a opção preferencial pelos pobres”. Aqui, em Paramirim, devem-se-lhe a energia elétrica por ter implantado a subestação abaixadora de Brumado com o fito de estender a luz para todo nosso sertão. Faço minhas as palavras de ACM Neto: “A Bahia e o Brasil perderam um grande homem público que fez da simplicidade sua marca registrada”. Só. Gratidão, agora e sempre!
Texto: Antonio Gilvandro Martins Neves.