Olhar para o céu e sonhar com a Lua que se eleva devagar por sobre o monte. A Lua que a tantos iluminou, que fez namorados delirarem na mais ardente das paixões. Por sempre correr fagueira pelo horizonte, por não mais ser um evento raro, os olhos incrédulos dos humanos pouco ou quase nenhum valor dá neste espetáculo. Como pode uma esfera daquele tamanho seguir uma regra e caminhar lado a lado no espaço cósmico com a Terra? Parar para ver a Lua iluminar a noite escura, o breu dos nossos corações, as cavernas das mentes vazias, vale muito como observadores de uma nave que desliza em alta velocidade em meio ao líquido sideral. Os olhos humanos são carentes por tragédias, por guerras, por ódios os mais diversos; para os olhos humanos a beleza das flores são apagadas, o barulho dos córregos são surdos. Se a Lua algum dia resolvesse ir contra sua companheira de jornada, não tenha dúvida, os olhos de espanto, medo e curiosidade se focaria nela até o desfecho final.
