deneme bonusu
NOSSA SENHORA DO CARMO DO MORRO DO FOGO – Por Antônio Gilvandro | .: Focado em Você :.
32.1 C
Paramirim
25 de abril de 2024
Início Érico Cardoso NOSSA SENHORA DO CARMO DO MORRO DO FOGO - Por Antônio Gilvandro

NOSSA SENHORA DO CARMO DO MORRO DO FOGO – Por Antônio Gilvandro

No fim do século XVII, a produção açucareira no Brasil enfrenta uma séria crise devido à prosperidade dos engenhos nas colônias holandesas, francesas e inglesas da América Central. Como Portugal dependia, e muito, dos impostos que eram cobrados da colônia, a Coroa passou a estimular seus funcionários e demais habitantes, principalmente os do Planalto de Piratininga, atual São Paulo, a desbravar as terras ainda desconhecidas em busca do ouro e pedras preciosas. Em 1693, no tempo em que se descobriu ouro nas regiões das minas, foram criadas as capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Iniciou-se, então, a primeira “corrida do ouro” da história moderna. Durante o século XVIII, auge do período de exploração de ouro no Brasil, diversos povoamentos foram fundados. Assim, por todo o nosso País, pontuavam núcleos, cujo motivo maior era o metal aurífero. As Minas do Rio das Contas foram apontadas, notadamente, a freguesia de Santo Antônio de Mato Grosso. Não se contentaram com a exploração daquela área, já que eles possuíam uma ânsia incontida para aquisição do precioso metal. Sentindo que a configuração geológica das serras que se espraiavam pelos lados norte e leste daquela povoação era idêntica, constituiu-se uma expedição, organizada pelo grupo do paulista Sebastião Raposo, que desceu serra a dentro, com o fim especial de minerar o ouro, que ali devia encontrar em abundância. Bem adiante, já próximo ao Pico das Almas, a expedição dividiu-se, bifurcando uma parte para Canabravinha e a outra para o Arrayal que também nascia, qual seja o Morro do Fogo, cujo nome “deve-se ao fogo aceso pelos mineradores, para servir de sinalização.” Em assim acontecendo, portugueses, bandeirantes de São Paulo e de Minas Gerais e os padres da Companhia de Jesus, os Jesuítas, fundados por Santo Inácio de Loyola, em 1534, participaram das expedições colonizadoras. Nelas, era costume primordial acompanhar qualquer missionário, pois, enquanto os exploradores procuravam o precioso metal, o religioso buscava evangelizar os indígenas, levando-lhes a magnífica jóia que é a Palavra de Deus! Famílias formaram-se e se fixaram nas terras das malocas dos silvícolas. Foi, nessa primeira investida, que acompanhou-os a imagem venerável de NOSSA SENHORA DO MONTE CARMELO, nome primitivo que foi dado à Virgem do Carmo, como é hoje conhecida. Logo aí, pensaram a Igreja e, com apaixonada sofreguidão, ergueram, como num passe de mágica, o templo, onde introduziria, pelos séculos em fora, o trono da Rainha do Sertão. À proporção que eles escavavam o morro e peneiravam as águas do Rio, defrontando-se fartamente com o tesouro escondido na profundeza do chão, fizeram a promessa de, a cada encontro com o material aurífero, colocá-los-iam no alicerce do santuário, cartuchos de ouro em pó e granulado, como ex-votos, de consagração e agradecimento à Santa Mãe do Carmelo! Concluída a obra majestosa e magistral, incrustada no topo do monte, os Jesuítas, através de seus Superiores Hierárquicos, dotaram como Patronesse de todo o território do Arrayal do Ribeiro, Nossa Senhora do Monte Carmelo, nome primeiro ou do Carmo, nos tempos atuais. Iniciou-se ali a romaria que aglutinava duas festas, em 16 e 17 de julho: Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora do Rosário, numa homenagem ao garimpo do ouro, em terras dos aborígenes que, mui legitimamente, congregam – se em oposição à ferocidade dos invasores e, aos negros fugidios aquilombados. Nascida, sob o signo das conquistas desafiadoras, a festa da Mãe do Carmelo enfrentou, em seus 305 anos, de devoção e efeméride, um patronato difícil e repleto de percalços! Apesar de todos os pesares, aquele vilarejo fez-se por merecer! Tornou-se a primeira sede dos atuais municípios de Paramirim e Érico Cardoso. Foi sede de Juiz de Fora, magistrado nomeado pelo Rei de Portugal, Cuja função era “zelar pelo cumprimento da Justiça em nome do Rei e de acordo com as leis do reino”, como explica Gregório de Matos. Teve um notável comércio para a sua época e vários habitantes. Ao continuar do tempo, a romaria foi-se estruturando. Sempre havia missões celebrativas em seu curso secular. Nunca houve interrupção na sua caminhada. Em 1850 o frade capuchino Frei Caetano Troina pregou ali a santa missão. Em 1873, Frei Justino Monsavito também esteve lá em missão. Do ano de 1844 a 1857, a Paróquia do Carmo foi assistida pelo vigário, Padre Sebastião Dias Laranjeiras, que, após servir aqueles paroquianos que tanto lhe queriam bem, foi elevado a 2º Bispo de Porto Alegre, ele que era conhecedor dos Lugares Santos de Jerusalém. Em substituição ao venerado Sacerdote, assumia a Freguesia o Padre João Paranhos da Silva, até 1902, quando faleceu. Ficou em seu lugar, o Padre Joaquim Augusto Vieira. E assim por diante! Enquanto isto, aquela monumental Igreja do Carmo, sempre prosseguia, de vento em popa, sem arrefecer seu ânimo religioso-pastoral. Aquele edifício abriga, em seu solo sagrado, os restos mortais de vultos influentes, que devem ilustrar os anais da história destes municípios, entre os quais o português emigrado e minerador Manoel José Pereira, meu pentavô materno; o Capitão Juvêncio Antônio Pereira, 2º Intendente do município de Paramirim; o fazendeiro Manuel Joaquim da Silva Caíres e Rosa Cândida da Rocha Caíres, trisavós do atual nosso Prefeito, Dr. Érico Cardoso de Azevedo. Houve, entretanto, a decadência da exploração do ouro em filão e aluvião. Por isso, as famílias ricas, que movimentavam se naquele Arrayal, começaram a mudar-se, ou, como dizia o comentário, passaram a descer e construir no baixio, tais como Coronel Antônio José Cardoso, o 1º Intendente, que edificou sua casa residente na Malhada, seguindo-se de mais outras famílias. O então povoado de Água Quente passou a desenvolver-se, com o apoio de seu fundador, Coronel Libertato José da Silva. Foi aí, que os retirantes decidiram desativar a igreja carmelita, levando consigo a imagem de Nossa Senhora do Carmo para Água Quente, no templo edificado pelo Coronel Liberato. Dessa atitude, surgiu o fato miraculoso, o que para alguns constitui lenda! Toda manhã, ao ingressar na igreja de Água Quente, percebia-se que a imagem de Nossa Senhora do Carmo não se encontrava lá! Aflitos, saíam a procurá-la e lhe encontravam no seu pedestal, no altar-mor de Morro do Fogo! Isto aconteceu várias vezes, até que desistiram do intento! Diziam todos que “A Senhora do Carmo não queria sair de sua terra e de seu trono!” Até mesmo mostravam “um sinal de um pé pequenino, calcado na pedra da ladeira!!!” Realidade ou não, o que não nos cabe desmentir ou comentar com ironia. O que se constata é que aquela peregrinação religiosa não arrefece pelos contratempos que vêm-se enfrentando! Entre os muitos problemas com que se defrontou, vale lembrar o ataque sorrateiro à imagem Padroeira, que era coberta de jóias, de inestimável valor, inclusive um cordão de ouro de oito metros de comprimento que lhe arrodeava o pescoço, foram furtados, segundo dizem por garimpeiros! Mais perto de nós, aconteceu o mesmo fato com a imagem antiquíssima de São Miguel Arcanjo, que foi clandestinamente usurpada, na calada de uma funesta madrugada! Por aí se veem que os festejos de Nossa Mãe do Carmelo, em nada se titubeiam! Firme prossegue inabalável como a rocha dos montes que lhe arrodeiam! A ladainha tradicional a louva como a “Mater Intemerata,” ou seja, a Mãe sem temor, sem medo! Portanto, esse hiato que se lhe abriu, neste ano, devido à ameaça dessa maligna peste chinesa, em nenhum momento, terá o poder de ofuscar a fé de seus inumeráveis romeiros que, desde priscas eras, mesmo nas épocas que teriam de escalar as encapeladas e íngremes montanhas naquela estrada penosa e arriscada, faziam-se chegar aos pés da Patronesse primeira de nossa circunscrição municipal e comarcal. Está na memória de todos nós aquela tradição, tão límpida e pura como a água do seu rio, no seu mais admirável fulgir! Aquele sobe e desce na única avenida que conclui-se aos pés da Santa! Aquelas sanfonas, animando os batizados que se dirigem ao santuário! Aquela missa piedosa e contrita que tantos de nós imploramos as bênçãos da Mãe das Mães! Aquele churrasquinho com os goles da inigualável cachaça! Aqueles cafezais que servem de abrigos aos devotos que não falham! E aquelas ladainhas, cantadas e rezadas, como as vozes de lamento d’África!? Como então? Como ficarão? Pairarão, no tempo e no espaço? Resumir-se-ão apenas em recordações imorredouras? Abater-se-ão pelas contínuas e constantes ameaças do pequerrucho vírus amaldiçoado? Se esta hora é de desespero, muito maior é a nossa esperança!

Fala-nos a Bíblia, na Epístola de São Paulo romanos, 4, 18, que devemos “esperar contra toda esperança!” O sábio pensador indiano Rabindranath Tagore assevera que “Se choras porque perdeste o sol, as lágrimas não te deixarão ver o brilho das estrelas.” Sim, é impressionante pensar como um invisível inimigo, tão ínfimo que não se vê a olho nu, possa abalar in totum a população planetária, como é o caso d’agora! 193 países ou 206 para alguns, além de 40 territórios, estão sobressaltados pelo avanço desse aterrorizante adversário comum! Lembro-me do pensador norte-americano JOHN Mc Cain: “Alguns têm mais temores do outros, mas o receio de que todos precisamos nos proteger é o medo de nós mesmos.” Por que isto aconteceu? Por que isto está acontecendo? Será que demos chance a esse minúsculo inimigo, ajudando-o a crescer e a cometer tantos desvarios? O célebre psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Curry faz meditar: “Foi necessário um vírus, infelizmente, para causar um terremoto em nosso orgulho e nos lembrar que a vida é um espetáculo único, irrepetível e imperdível. Foi necessário um vírus para entendermos que independente da classe social, raça, religião ou condição econômica somos todos seres humanos, incríveis, e que devemos amar mais e julgar menos. Foi necessário um vírus para nos mostrar que um anônimo tem o mesmo valor de uma celebridade”. Sim, foi necessário para mostrar a nossa pequenez. Portanto, tudo serviu para uma meditação! Bom, apesar de ele estar causando esse terror à humanidade toda, ele é altamente impotente para enfrentar a Majestade que estamos a celebrar, de modo virtual e, ainda, equidistante, que perenemente, pelos séculos em fora, está a reger e abençoar os destinos de nosso povo e de nosso sofrido planeta! A Bíblia nos mostra a sua coragem e o seu fulgor. No Magnificat, Ela proclamou “a exaltação aos humildes!” Nas Bodas de Caná da Galileia, Ela ordenou aos discípulos a “fazer tudo o que Jesus disser!” Aos pés da cruz, enfrentou a soldadesca possessa que torturava seu Divino Filho! No Ofício mariano, chamamo-la: “Ó mulher tão forte! Ó invicta Judith!” Diante dessa corajosa Advogada, que o Cristo crucificado deu – nos por Mãe, no alto da cruz, procuremos adquirir a confiança de que tudo isto vai desaparecer e a paz voltará a reinar em nossas vidas! Ainda, citando Augusto Cury : “Não há céu sem tempestade!” Assumamos de corpo e de alma, a nossa luta para “botar para correr” essa maltrapilha pandemia. Eia, coragem!!! “A coragem é contagiante. Quando uma pessoa corajosa assume uma determinada postura, as outras também se erguem”, admoesta o insigne escritor americano Billy Graham.

A festa não acabou! Ela continuará, na mente e no coração, de seus fervorosos devotos!

MÃE DO CARMELO! Continuai enfrentando as vicissitudes da vida! Foi depois da escuridão da Paixão que surgir a manhã da Ressurreição!

“Dai pressa, Senhora, em favor do mundo, pois vos reconhece como defensora!”

Do Morro espalhai o Fogo abrasador para aquecer os corações gélidos pela ansiedade, em face de uma intimidação causada pelo venenoso e cruel ser da Terra de Xi Jinping!

Confiança!!! “Precisamos constantemente construir diques de coragem para conter a inundação de medo” estimula-nos Martin Luther King.

MARIA PASSA NA FRENTE!!

Antônio Gilvandro Martins Neves

Advogado- Paramrim-Bahia

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

2 COMENTÁRIOS

  1. Um lugar muito lindo, porém abandonado pelo poder público.
    Até hoje nenhum governo fez às melhorias nescessário, entra e saia de governo e nada.
    O lugar abençoado por nossa senhora!!!
    abs

  2. Muito triste a mudança do nome da cidade Água Quente para Érico Cardoso. Chega a beirar o ridículo, esse prefeito deveria se envergonhar. Se ele quer se eternizar, melhore a condição de vida da população para viverem com mais dignidade! Sem noção!

Deixe uma resposta para Gilvandro Lemos Cancelar resposta

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado

5,996FãsCurtir
3,600SeguidoresSeguir
105,000InscritosInscrever

Anuncie Aqui

Anunciando sua marca, produto ou serviço nesta página você terá a garantia de visibilidade entre usuários qualificados. São mais de 15.000 usuários únicos e 200.000 visualizações mensais.

Mais Artigos

https://www.fapjunk.com https://fapmeister.com
200 tl bonus veren siteler bonus veren siteler deneme bonusu salutepalace.com seabahis giriş seabahis seabahis