Ao saber do passamento deste notável cidadão, senti que nossa Paramirim ficou mais empobrecida doravante com sua ausência física. Filho de Ioiô Conrado e d. Helena de Jeremias, é ele uma das joias do tesouro de 20 filhos do casal. Iniciando seu trabalho no Bairro Mãe Isabel, desde criança, não sentiu o sol pegá-lo na cama, por mais severo que estivesse o clima. Fez-se lavrador, como toda família, umedecendo a terra com o suor de seu rosto. Os produtos advindos de seu plantio tiveram outros destinos. Tornou-se feirante e, não só na Praça Santo Antônio, ainda descalça, tantas vezes pisando a lama, até nas cidades vizinhas de Caturama, Tanque Novo e outras, os membros desta operosa família eram condições sine qua non para a mobilidade da área livre de vendas de gêneros alimentícios. Montados na carroceria de caminhões, realizavam essa faina gloriosa assiduamente. Tanto o fizeram sempre que, numa dessas andanças, um acidente na ladeira do Cipó roubou a vida de seu irmão Celino Apesar dos pesares, nosso amigo não arreou a bandeira! Prosseguiu a missão honrosa de lavrador comerciante, característica que foi a marca registrada de todos os familiares. Nunca o ilustre desaparecido quedou-se diante do sol, da chuva, da poeira e do frio. Enfrentava-os, pois sabia que dali é que provinha as bênçãos de uma vida feliz. A colunista americana Abigail Van Buren diz: “Se você quiser um lugar ao sol, precisa suportar algumas bolhas.” Ele foi -se evoluindo! Enxergava longe! Sem ter estudado em escolas, formou-se da universidade da vida, formando um lar em que trouxe ao mundo a inteligência e a beleza, sintetizadas em suas filhas, formadas e com futuro promissor, o que comprovam a grandeza de seu pai. Amigo, honesto, trabalhador, de uma delicadeza irradiante, serviçal, era ele um astro de primeira grandeza na família Conrado. Tinha- me grande confiança e eu sempre o fui seu consultor. Parabéns! Você é um herói que galgou o lugar merecido junto de Deus. Só alegria.
Por Antônio Gilvandro Martins Neves.