Vivo solidão plena.
Todos dormem, não me escutam.
Mas breve haverei de despertá-los.
Até quem tanto amo, ainda não brotou, pois sequer floresceu.
Mas sei, cabe a mim, a quem o Pai mais força deu,
Fazer um esforço redobrado, soltando o meu belo sinal,
Que anuncia prá toda caatinga, o seu verdadeiro natal.
Pois bem, também vou dormir, mesmo cheio de saudades,
Desde quando até o sol já dormiu.
Agora, galo canta, coruja se recolhe, sol raiando, novo dia nasceu.
E olhe que eu não só acordei, como em mim, nasceu a flor.
Sinal mais certo, mensagem mais sagrada, que logo acordará o meu amor.
Que agora sei, breve, muito em breve,
Cobrirá todos os cantos com o branco da sua flor.
Por isto, olha para mim, Senhor Deus do céu,
Veja que a inigualável flor nasceu,
E murchará amanhã, antes do novo sol nascer.
Mande, mande o que ela anuncia, mande o bem que ela faz,
Mande que a chuva venha, e logo,
Despertar a minha linda Jurema, o meu amor fiel.
Que sabe se cobrir do mais lindo branco,
Bastando uma gota cair do céu.
Gilberto Brito, noite de 4/09/2012.
Quem nasceu primeiro: a foto ou o poema? Ilustre Gilberto Brito, exímio conhecedor das peculiaridades do nosso Sertão.
Estimados Lu e Osmar,
O Mandacaru Apaixonado foi um desabrochar das entranhas sentimentais, quando a saudade faz a gente “pensar” com o coração.
Grato pelas manifestações.