Grandes vultos de projeções em várias vertentes, Água Quente tem o orgulho de ser a terra natal. Dentre esses -, os quais destacaremos ao logo das minhas pesquisas históricas, menciono os IRMÃOS CAYRES: NELSON CAYRES DE BRITO, que adquiriu a maioridade através de escritura pública lavrada no Cartório de Notas de Paramirim, emancipado pela sua própria mãe D. IDÁLIA CAYRES, para ir morar em São Paulo Capital. Ao se alicerçar levou sua mãe e seus irmãos. Nelson Caires de Brito formou-se em medicina e se notabilizou como médico de renome nacional foi também escritor; NABOR CAYRES DE BRITO formou-se em Direito e foi Diretor do Jornal DIÁRIOS ASSOCIADOS, também de grande destaque no jornalismo brasileiro; MILTON CAYRES DE BRITO formou-se em medicina, mas não seguiu a profissão, ingressou na política e se elegeu a Deputado Federal pelo Estado de São Paulo. Tive o prazer de desfrutar da minha amizade com Milton, ainda estudante de direito em Salvador no final da década de 70, eu morava no Edifício Júpiter, no Corredor da Vitória, ao lado do escritório da EBRATE em que Milton era Diretor e lá todas as tardes estávamos juntos tomando cafezinho e eu saboreando da vasta cultura de Milton. Sempre nas tardes das sextas feiras íamos para a Casa de Jorge Amado (seu grande amigo e companheiro de militância política do antigo PCB) no Bairro do Rio Vermelho para o magistral bate-papo que entremeado com sucos de cacau e Jabuticaba íamos até à madrugada.
Nessa casa ainda erguida e bem cuidada, situada na localidade de Malhada, vizinha do Povoado de Muchilâna, nasceram esses três vultos notáveis que enaltecem o nosso torrão amado – Água Quente.
Délio Martins
Escritor e Historiador – Acadêmico da A.G.L.
Louvável a sua iniciativa de, reavivando a nossa memória e, também, trazendo ao conhecimento das novas gerações de nossa terra, referir-se aos irmãos Caires. Eles, tanto amavam Paramirim que, não obstante a distância e a precariedade das estradas nos idos anos de 1950 e 1960, vinham de São Paulo, quase que anualmente, para matar a saudade da amada terra. Hospedavam-se na casa da irmã, D. Pequena, uma verdadeira matrona na acepção da palavra. A casa de D. Pequena, nessas oportunidades, enchia-se de visitas, pessoas simples, dos mais humildes aos mais abastados, que eram recebidas da mesma maneira, com satisfação e afabilidade. Quero, aqui, registrar que Dr. Nelson foi paraninfo da turma de concluintes de ginásio do ano de 1963, do Ginásio de Paramirim, da qual fui integrante. Ainda sobre Dr. Nelson, por ouvir dizer, soube que foi médico particular do magnata das comunicações do Brasil, naquela época, o controverso jornalista Assis Châteaubriant. Numa minúscula contribuição à rica biografia do Dr. Milton, quero mencionar a sua participação na equipe que estruturou o Jornal da Bahia, quando da sua fundação, segundo o jornalista Sebastião Nery, em sua obra literária, “A Nuvem” Por último, em relação ao Dr. Nabor, o renomado jornalista Samuel Wainer, em sua obra prima, “Minha Razão de Viver”, escreveu: “Em meados de junho(….)recrutei em São Paulo um respeitado secretário de redação, Nabor Caires de Brito, outro comunista histórico”…, fato ocorrido quando da fundação do seu aguerrido jornal, “Última Hora”, no ano de 1951. Não podemos e nem devemos esquecer, jamais, desses vultos exponenciais da história de nosso Paramirim.
Obrigado pelas palavras. Paramirim agradece de coração.