A Pedra do Mocó pela sua importância para o nosso município está protegida pela Lei Orgânica municipal. Mas com toda a sua importância mesmo assim foi depredada e hoje se encontra em ruínas. Estivemos na manhã do dia 16 de junho de 2013 onde outrora havia a comunidade denominada por Pedra do Mocó acompanhado por um dos seus ex-moradores. Após a sua partida, essa foi a primeira vez que ele retornou ao local. Para espanto dele o lugar sequer se assemelha ao que ainda carrega em sua memória. Onde antes havia a comunidade hoje se encontra o depósito de lixo da cidade. Por todos os lados que se olhe facilmente é encontrados urubus e mosquitos, sacolas plásticas cobrem todo o ambiente, em um umbuzeiro várias sacolas sacodem ao sabor do vento. Pelo chão ainda encontram-se vestígios das antigas residências. Em certo momento, Gilmar José de Oliveira para e nos aponta o local do antigo campinho de futebol, ficava ao fundo da casa onde ele morava, o mato se incumbiu de tomar conta de tudo. “Aqui era onde a criançada se divertia nas manhãs e nos finais de tarde. Nós éramos felizes e não sabíamos.” Gilmar lembra com certa emoção. Da sua antiga residência ele apanhou uma banda de um tijolo e a levou como lembrança. A comunidade de Pedra do Mocó chegou a ter umas dez casas. Como não tinha água encanada e nem tão pouco energia elétrica, o Prefeito da época resolveu transferir todas as pessoas para uma área próxima ao campo do Bairro São José. Naquele tempo paralelepípedos era o material mais usado na pavimentação de ruas e avenidas, como na Pedra do Mocó havia muita matéria prima a espera de ser trabalhada, sem falar na vantagem de ser próxima da sede e de ter fácil acesso, os próprios moradores se encarregou de fazer das pedras paralelos. O dinheiro era suficiente para subsistência, naquele tempo não tinha os programas do Governo, o tempo era difícil. Não tendo outro meio de renda eles se viram obrigados a colocar a baixo a Gruta do Menino Jesus de Praga, o maior patrimônio do lugar.
Entrevistamos duas senhoras, na residência de uma delas encontramos o Santo que antigamente era reverenciado na gruta. Maria da Silva Saraiva fez um relato ímpar sobre a comunidade e a cultura local. Já Anísia Vieira da Silva, hoje com noventa e oito anos, relatou como era a vida deles na comunidade. Ambas moram próximas ao campo do Bairro São José e lembram com saudade do tempo em que viviam na Pedra do Mocó. Do campo se avista o enorme punho fechado, a referência característica do local.
A história desse bonito local mesmo sendo de destruição ainda assim não deixa de não ser muito interessante.
Agradecemos aos entrevistados por nos ter recebidos tão bem e a Raimundo Sucupira por nos ajudar nas filmagens.
Montamos um vídeo mostrando essa bonita história sobre a comunidade de Pedra do Mocó.
Trabalho espetacular, quando jovem conheci a Pedra do Mocó, destruída uma comunidade por um lixão.O momento é para reflexão, não podemos deixar que acabem com parte de nossa história.
parabéns Bill pela matéria muito interessante viu!!!
Gostei imensamente desta reportagem e das entrevistas,simples e puras palavras de Maria Saraiva,a Maria de Domingos e de Anízia Vieira da Silva, a Dadá da nossa infância,a amiga certa das horas incertas.Participei de várias comemorações ao Menino Jesus,inclusive fui eu quem pintou as imagens de Cristo e Anjos na Gruta.Uma pena que tenha sido destruida.As autoridades municipais,já deviam ter erguido uma capelinha em louvor ao Santo.Serviria para comemorá-lo,ao tempo em que promovia romaria,com festa para fazer crescer uma comunidade,crescer um comércio local de artesanatos,enfim,ampliar o leque de nossos festejos religiosos.Faço votos que com este seu trabalho,Bill e Raimundo,sejam tocados os corações de quem tem o poder municipal nas mãos,para que realizem benfeitorias naquele local,não permitindo que sua sorte seja jogada ao lixo,onde já foi considerado um lugar sagrado.Parabéns,fico na torcida por vocês.Abraços.