Nossas matas viram fumaça nas mãos pegajosas de um falso progresso. O homem, que se diz racional, brinca com a vida sem se dá conta do perigo de um futuro sem vida. Diante a tamanha insensatez, resta-nos apenas rogar a Deus piedade, após dois mil anos ainda não aprendemos o que de fato devemos fazer.
A cada dia derrubamos árvores, matamos os filhos dos passarinhos, exterminamos insetos, roedores. A cada dia colocamos fogo, acabamos com a terra, matamos os rios, ferimos os montes. A cada dia tiramos do mundo o que não plantamos. Que bicho é este que somos?
Para a queima de um forno de cerâmica, com vinte e dois mil blocos, são usados dois caminhões abarrotados de lenha. Como o povo da nossa região não planta sequer um único pé de algaroba, sobra-nos uma indigesta pergunta: “De onde vem todo o material usado?”. Em poucos anos não teremos mais o que queimar, a atividade pujante perderá seu poder e também morrerá; os trabalhadores na falta do que fazer se perderão pelo mundo e a terra devastada não prestará mais para nada. Neste dia, não muito longe, talvez seja o fim.
Será que a atividade de plantar árvore é tão difícil assim? Vamos produzir nossa própria matéria prima enquanto há tempo.
Quem vê fica indignado. Mas a indignação só não basta. Para gerar mudança cada indignado terá que ser proativo.