Celebra-se hoje a festa de Catarina de Sena. De analfabeta a Doutora, essa jovem extremamente corajosa, filha de humildes artesãos, vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Domingos. Nascida na cidade de Sena, na Itália, em 1347, a jovem atirou-se às ações mais desafiadoras que se lhe pudessem arcar sobre os ombros. De cara, topou uma peste e enfrentou-a, salvando a quem pudesse, chegando ao ponto de até enterrar os mortos. Mas não só foi aí o impacto sofrido. Deparou-se com a Igreja, mergulhada numa terrível crise, onde até o Papa deixara Roma, indo morar em Avignon, em França. Enquanto isto, o ” falso Papa” ocupou o Vaticano e fazendo as mais detestáveis arbitrariedades. Que fez Catarina? Cruzou os braços, deixando a vida acontecer? Pelo contrário! Agiu sem tréguas em defesa da Igreja, inclusive fora procurada pelo Papa Gregório XI que lhe pediu conselhos e ela prontamente disse-lhe para enfrentar os desafios da crise, peitando-a sem medo ou remorsos. Chegou a falar-lhe: “Seja homem, Santidade! Não afoguei a Igreja neste mar de lama”. Com seu alto espírito de persuasão, conseguiu debelar a crise, fazendo os Papas verdadeiros voltarem a Roma, onde foi e continuará sendo a sede da Igreja Católica. Essa mulher notável era uma conselheira natural para as mais diversas classes, desde papa e reis ao mais humilde homem do povo. Seus méritos espirituais e pessoais fizeram-na galgar do Papa Paulo VI, em 1970, o título de Doutora da Igreja. Seus tratados místicos resumiram-se em sua obra Diálogo. São seus estes pensamentos: “Todo mal é ausência de amor.” “O amor por Deus e pelo próximo são uma mesma coisa”. “Se formos o que devemos ser, incendiaremos o mundo”.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.