Os tempos passam e as tradições ganham novos contextos. Mitos e cresças pedem valor, a realidade segue sobre conceitos diferentes. Neste espaço o que era já não o é mais.
Fazemos valer o Primeiro de Abril, data que no passado era comemorada pelo povo com brincadeiras. Naquele tempo, a pessoa dizia: “Hoje eu marchei fulano”. Outra respondia: “E eu marchei sicrano”. Quem acordasse distraído passava-se por besta. Uma das pegadinhas era pedir alguém que levasse um bilhete dentro de um envelope para ser entregue a outra pessoa, na maioria das vezes, faziam com serviçais que eram analfabetos. Quando a pessoa entregava a encomenda, o outro a lia, percebendo a brincadeira passava o trouxa adiante. No papel vinha escrito: “Passe o trouxa adiante”. Só terminava quando alguém sentindo pena revelava a brincadeira de Primeiro de Abril. A criançada amava esta data, bastava um cair na mais simples brincadeira para que a algazarra se iniciasse.
Lembramo-nos bem de uma família ter pedido que um dos seus funcionários levasse um saco de farinha de trigo à casa de um senhor que morava a cerca de um quilometro, ao chegar ficou sabendo que era Primeiro de Abril. Mesmo sentindo muita raiva, logo se esquecia, pois tudo era fruto do Dia da Mentira.
Por sinal, necessito que uma pessoa leve um bilhete para entregar a certo cidadão, alguém se habilita.