As notícias referentes ao meio ambiente não são nada boas. A cada dia que passa, nossa mãe Terra se empobrece como vida. O ser humano é o grande causador do espantoso extermínio dos seres vegetais e animais do nosso Planeta. Matar e destruir em prol de um progresso maquiavélico. O materialismo nunca esteve tão presente e atuante entre nossa raça. Todos nós desejamos e buscamos com afinco acumular riquezas para uma felicidade inexistente. Enquanto isso, jogamos fora nossos ecossistemas, nossas verdadeiras riquezas. A mata deita ao chão, os seres morrem, para nos locais desmatados plantarem pasto e lavouras. Onde houver pegadas humanas, lá estará manchado pelo óleo da destruição.
Com o bioma Caatinga não é diferente. Dia a dia, vão desaparecendo seus seres. Já não se ver mais a onça suçuarana, o calango verde, o caracol, o pintassilgo, o canário da terra, entre outros seres. Viraram todos eles animais raros. E a culpa recai sobre quem, ou sobre qual espécie? Os humanos detêm a paternidade deste genocídio lamentável. Presenciar a derrubada de uma mata é algo de doer o coração, é algo capaz de tirar lágrimas nos nossos olhos. A lâmina fria do motosserra ferindo mortalmente o tronco e as galhas das árvores, que sem gemer, contudo estalando na queda, vão deitar seus corpos no chão seco e quente do sertão; a madeira removida segue para os fornos de cremação, logo serão fumaça a poluir a atmosfera; do grande necrotério das árvores cuspirão tijolos de cerâmicas para erguerem as mansões dos afortunados deste sistema perverso em que nos encontramos. Retiradas as toras, o proprietário incauto faz uso do fogo, o local se limpa, no início da temporada da chuva é semeado os grãos do capim. Onde antes havia uma floresta, agora um campo para criação de gado. No primeiro ano, o capim cresce bonito, goza da cinza deixada pelos restos mortais da floresta; no decorrer dos anos, instala-se a desertificação. Enquanto isso novas áreas vão sendo abertas, o ciclo sempre em ebulição e contínuo.
Quando se derruba uma árvore, destrói uma cidade sustentada pela cadeia alimentar universal. O beija-flor já não terá mais a flor para buscar o néctar, tão pouco as abelhas; os passarinhos perderão seus ninhos, o papagaio perderá sua morada; o cupim não terá mais a madeira para comer; o chão perderá a fertilidade das folhas e o poder de absorção da água da chuva; o ar se tornará mais pesado e venenoso; a vida deixará de ser vida no local que se torna cada vez mais estéril.
Olhando para as serras, podemos ver as manchas deixadas pela destruição da mata e pelo plantio do capim. Por todos os lados, avistam-se focos de devastação. A população cresce e com ela cria-se a necessidade de domínio natural, cada pessoa cobra, rouba, sua parte na sociedade que se transforma. Quando iremos parar com tais hábitos nocivos? Quando conseguiremos entender que fazemos parte de uma cadeia sustentável? O Sol nasceu e brilha para todos. O respeito e a consciência de um bom convívio entre os seres seriam o ponto ideal e sensato a ser praticado pela espécie pensante, temos o dom do raciocínio, mas quase ninguém se deu conta desta espantosa ferramenta. Somos dominados pelos instintos e algemados pelos vícios e desejos os mais variados possíveis.
Os atuais dias carecem de reflexão e ação. Na direção do leme da Espaçonave Terra, encontra-se um alucinado, endemoniado, dirigido pelas forças ocultas das trevas. Cabe a nós tomamos o timão e darmos novo horizonte a nossa embarcação que por ora navega a deriva em um mar de fogo em busca do abismo. Ainda há tempo, nossa Pátria está ferida e doente, necessitando apenas de respeito e carinho. Ou mudamos já nossos modos, ou pagaremos caro no futuro próximo.
