PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 04, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2018
“Dispõe sobre denominação de logradouro publico, e dá outras providencias.”
A CÂMARA MUNICIPAL DE PARAMIRIM, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições legais e em conformidade com a Lei Orgânica Municipal, faz saber que o Plenário aprova e remete ao Chefe do Poder Executivo para sanção, a seguinte LEI:
Art. 1º. O Balneário do Rio Paramirim fica denominado de Balneário José Maria dos Santos (Zé Ana).
Art. 2º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
JUSTIFICATIVA
José Maria dos Santos nasceu em sua residência em Novo Horizonte, local popularmente conhecido como Lagoa da Manga, no dia 04 de janeiro do ano de 1945.
Filho dos lavradores Raimundo Pereira dos Santos e de Dona Ana Melania dos Santos, é o terceiro de doze filhos do casal, tendo a família mudado para a cidade de Paramirim no final do ano de 1966, e indo morar no Alto do Cruzeiro, com a família trabalhando na roça para posteriormente construir casa na cidade.
Ao chegar à Paramirim, o Senhor José Maria, conhecido popularmente como Zé Ana trabalhou num posto de gasolina e foi neste período que conheceu Terezinha dos Santos com quem namorou e constituiu família. O casal teve quatro filhos, Sandro Ricardo dos Santos, Ismenia dos Santos, Alan dos Santos e José Eduardo dos Santos. Após o trabalho no posto de gasolina, Zé Ana, acabou tendo que ir trabalhar na cidade de Livramento onde morou por cerca de dois anos.
Em seu retorno a Paramirim, passou a trabalhar como pedreiro e nos finais de semana, buscando melhorar a renda familiar, seu Zé trabalhava a noite como porteiro da Boate de Laura e durante o dia pegava seu isopor e seguia para o rio da cidade onde vendia bebida. Nesta época ele era o único comerciante no Rio de Paramirim.
Por ser uma pessoa simpática e extrovertida seu Zé conseguia sempre juntar pessoas ao seu redor. Ele ficava com seu isopor próximo a um juazeiro, que era utilizado por ele para anotar os “fiados” de seus fregueses. Seus amigos e familiares contam que certo dia veio uma enchente muito forte no rio e seu Zé acabou perdendo todos os seus fiados, pois o juazeiro acabou sendo levado pelas águas.
Após o episódio da enchente, ele permaneceu trabalhando no rio por mais algum tempo até que iniciaram as obras para construção do Balneário. Com as mudanças ele decidiu não mais fazer comércio no rio. Durante a semana continuava trabalhando como pedreiro, nos finais de semana como porteiro na Boate de Laura e aos domingos passou a vender feijoada no bar de Som, que ficava localizado em frente ao Hospital José Américo Resende. Com o passar do tempo deixou de vender feijoada e a Boate acabou fechando. Ele continuou trabalhando como pedreiro até que adoeceu no inicio do ano de 1991 e acabou falecendo no dia 21 de abril do mesmo.
A morte precoce de seu Zé deixou um vazio muito grande na vida de seus pais, irmãos, esposa Terezinha e seus filhos ainda muito jovens e carentes da presença do pai. Deixou também uma história de vida marcada por sua descontração, alegria e bom humor relembrado sempre por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com ele durante toda sua vida.
Certos de contarmos com a aprovação deste projeto pelos Nobres Colegas, renovamos os votos de estima e apreço.
Paramirim – BA, 21 de novembro de 2018.
George Luiz Magalhães Tanajura
Vereador