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A SANTA DO ARRAIAL DE BAIXO – Por Antônio Gilvandro | .: Focado em Você :.
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20 de abril de 2024
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A SANTA DO ARRAIAL DE BAIXO – Por Antônio Gilvandro

A SANTA DO ARRAIAL DE BAIXO

Ao me acordar, no dia de hoje, 2 de outubro, veio-me a ideia de que algo muito significante para mim acontecera, num longínquo o tempo de uma história. O que seria? Ah, sim, passou à minha memória como um filme que desenrola-se se na tela do tempo! Neste dia, há 112 anos, às duas da madrugada, precisamente no dia 2 de outubro, passara para o céu uma extraordinária mulher: CECÍLIA  MARIA DE MAGALHÃES!

Era ela a primeira esposa do Capitão Quincas Cruz, seu tio materno, com quem ele casara, tendo os filhos seguintes: Raimunda (apelidada de Sinhazinha), Clemente (falecido em São Paulo), João Cruz (que se enforcou na mata de Cachoeira, em 1931), Maria da Glória (avó de Dr. Jurandi Leão), Pedro Joaquim da Cruz (que foi esposo de Cassiana Maria da Cruz, viúva do Cel. Job Marques Leão, tendo ele casado aos 17 anos e ela com 82!) e Exupéria, que faleceu ainda criança. Essa figura ilustre que teve os seus 38 anos de idade, pois nascera no dia 27 de setembro de 1870, vividos em Arraial de Baixo, na casa-grande da fazenda alí ainda existente, fez daquele sítio um verdadeiro Santuário, onde só se inspirou e respirou bondade. Analfabeta, pois naquela época, era muito comum ” não alfabetizarem as mulheres para elas não escreverem cartas para os namorados “, como arguía a cultura machista da sociedade medieval estabelecida e retrógrada, ainda sim ela aplicou a sua natural sabedoria no serviço aos pobres, aos mais notadamente sofridos! Mesmo grávida e com filhos de colo, vestia os compridos saiotes e calçava as botas, embrenhando-se nas roças que ela cultivava naquela fazenda, até mesmo próxima ao olho d’Água, noite a dentro,  regando – as e, à época da colheita, juntava o que produzia nos paióis do casarão, a fim de sustentar aqueles que eram vitimizadas pela fome e pela miséria! Ela sabia que, a partir do mês de julho, começavam a chegar no Arraial famílias inteiras, procedentes do Grama, das Covas, do Lajedo do Arouca, de Cacimbas, do Furado da Onça, e passava a levantar seus provisórios barracos, muitos deles cobertos de andrajos, que não passavam de um miserável abrigo contra as intempéries, armando – os defronte à  fazenda, mata adentro, a partir hoje da Escola Agrícola. Ali, ela preparava o farnel semanal e/ ou diários, distribuindo os víveres para todas as famílias fugidias das secas inclementes. Acolhia a todos que fossem à procura do socorro! Entretanto, seu trabalho não foi puramente assistencialista! Ela já preconizara em seu coração, o que hoje o Serviço Social assume como meta! Era aquilo que, Como diz atualmente a diva do Serviço Social, Marilda Iamamoto, que assistência social “supõe e propõe ajudar o outro a se ajudar!” E foi isto que a heroína do Arraial empreendera! Convidou artistas das Minas do Rio de Contas e vieram ensinar os membros dessas  famílias a aprenderem uma arte. Uns fabricavam objetos de madeiras, a partir do carro de boi e do engenho. Outros optaram pelo artesanato. Mais outros com as rodas e tornos de oleiros. Bem mais outros ainda,  as tecelãs que fabricavam cobertores, cochonil, toalhas, tecidos para calças. Daí ainda haver sinais de antiquíssimo  trabalho nas Covas do Gama com a tecelagem, nas Cacimbas com as panelas e tantos vasos de barro. E mesmo na Noruega, na área do Pedrês, Lagoa de Dentro e São José, as rodas de farinha!

Enfim, em toda área que circunda o Arraial, sente-se a influência de uma mulher sertaneja, que não sabia sequer as letras do ABC, porém, portadora de uma inteligência deslumbrante, que a fez enxergar, ” além, muito além daquelas serras”, como afirmara José de Alencar, in seu livro Iracema! Tenho muito e tantas coisas para falar daquela imorrerdoura senhora, e o farei, quando eu escrever algum livro.

Missionária do bem e da Bondade, teve vida de poucos anos, contudo, com benefícios que não cabem numa literatura inteira! Simples, serviçal, humilde, passou os seus dias na lida pela vida, a vida de tantos filhos de outrem que ela os fez filhos seus. Todos a apelidaram de SINHÁ ou MÃE SINHÁ! E sua partida inesperada, naquele 2 de outubro de 1908, deixou, em Paramirim, sentimento de orfandade, cuja lacuna demorou para ser preenchida. Preenchida sim, jamais substituída, pois, Como diz uma parêmia que “quando Deus faz um santo, quebra a forma para não fazer outro igual!”.

A Sinhá do Arraial não teve similares, no decorrer do tempo, por aqui!

A seu modo, era única! Para confirmar esse alto grau de santidade, eis que aconteceu um fato que marcou a história do Santo Antônio do Paramirim. Quando ela faleceu, todos os pobres desta e de tantas comunidades rurais colocaram luto fechado, alegando que haviam perdido uma Mãe! O acaso não existe! Tudo na vida vem de um plano de Deus! Com certeza, a existência daquela notável dama da caridade vem enriquecer a nossa história que se torna, cada vez mais carente de valores, empobrecida de testemunhos, obscurecida de heroísmos que impregnaram no solo do nosso insigne Santo Xará, Antônio de Lisboa e de Pádua, não a bondade melosa e alienada de tantos que usam suas crenças para buscar a autopromoção ou iludir os incautos. Entre as riquezas de Paramirim, há tantas que infelizmente são ignoradas. Nem, por isso, deixam de existir! Garimpando a história, facilmente detemo – nos em tantos tesouros escondidos que nos surpreendemos e nos faz criar ânimo para sermos melhores. Quando nos sentimos agressivos e medíocres, a ponto de atacar e não de ajudar, busquemos vislumbrar mesmo ao longe, inda que num passado distante e num tempo remoto, as estrelas de primeira grandeza que, muitas vezes, escondem-se na escuridade dos céus, com receio de serem atingidas pelos depredadores da honra alheia. A Santa Sinhá  do Arraial mostrou-nos que “se você quer que os outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se você quer ser feliz, pratique a compaixão”, como assegura o Dalai Lama.

Pensando naquela figura histórica a quem tenho verdadeiramente veneração, concluo, fazendo minhas as palavras de Arthur Ashe: “O verdadeiro heroísmo é extremamente sóbrio e destituído  de força dramática. Não representa o desejo de ultrapassar os outros a qualquer custo, mas o desejo de servir os outros a qualquer custo”.

Antônio Gilvandro Martins Neves Advogado

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

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