A ROMARIA DO MONTE CARMELO CONCLUI HOJE… Sim. conclui sem terminar. O momento forte de sua celebração sempre ocorreu, nos 9 dias de rezas, a que se chama novena. Entretanto, a fase essencial do festejo não se circunscreve , há pouco mais de uma semana. A partir daí, ele se eterniza pela concretude da vida. A novena é um resumo do que se fez no dia-a-dia, é uma comemoração dos atos que se praticou na caminhada, é um meio de estímulo para prosseguir realizando. Daí o costume de promover os atos religiosos, sociais folclóricos, no espaço destes nove dias, o que fazem os participantes entender que valeu a pena viver com seriedade a mensagem proposta não só pelos divertimentos, mas, sobretudo, pela vivência prática da religião a que seguimos. Os dias do trezenario de Santo António, o mês mariano, as novenas de tantos Santos, tudo isto deixa-nos uma nostalgia, quando se encerram. Entretanto, esta sensação vai-se encarnando em nosso modo de viver, o que vai transformando o mundo. Asseverou Elisabeth Leseur: “Uma alma que se eleva, eleva o mundo”. Por este motivo, toda manifestação religiosa tem de tornar -se social pois a religião, seja ela qual for, se quiser sobreviver, há de se inserir na vida do povo, sob pena de se tornar uma abstração alienada da realidade terrena. Partindo desse pressuposto, temos de entender. que as nossas festas religiosas, as nossas Romarias e tantos de fé devem-nos levar a uma praticidade da caridade. como amor efetivo ao próximo. Tudo isto tem um valor não passageiro. Muitas vezes, ao terminar nossas peregrinações religiosas, ressaltamos o cansaço, a ressaca, a saudade daquele embalo musical! Esquecemos que estas reações passam velozmente! A realidade, no entanto, é outra, completamente outra! Tudo que ouvimos vivemos e sentimos nestas efemérides têm de tornar- se na concretez do concreto visíveis e reais em todos os dias de nosso viver. É claro que sintamos recordações desses dias de folguedos! Isto toca os nossos corações que são humanos! Nosso erro está em pararmos por aí! As manifestações culturais devem-nos abrir a inteligência para que nos entreguemos às ações que sirvam para formar a felicidade geral de um povo, em especial os pobres mais pobres. Afinal de contas, o Mestre Jesus proclamou claramente: “O que fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25, 40)! Ora, em gesto de ordem, a Mãe dele, a Mãe do Carmelo e do Carmo, asseverou nas Bodas de Cana” da Galileia: “FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER” (João 2,5). Será que os nossos festejos impulsionam-nos a seguir com fidelidade o que o Mestre proclamou, dando até. “sua própria vida em resgate de muitos?” (Mateus 20, 28). É bastante conhecida. esta frase, geralmente. aposta nas portas de templos cristãos: “ENTRAI PARA ADORAR. SAÍ PARA SERVIR”.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.