deneme bonusu
A primeira escola do arraial de Canabravinha | .: Focado em Você :.
25.4 C
Paramirim
25 de abril de 2024
Início História A primeira escola do arraial de Canabravinha

A primeira escola do arraial de Canabravinha

A primeira escola do arraial de Canabravinha.

Ao biografar o legendário Gonçalo de Athayde Pereira com raízes genealógicas cravadas no aurífero vale do Morro do Fogo, o eminente jurista paramirinhense Dr. Antônio Carlos Leão Martins refere-se à Vila de Canabravinha como a mais anciã das comunidades do interior da Bahia. Sua origem se prende à época da chegada dos primeiros jesuítas ao vale do Rio de Contas, quiçá nas últimas décadas do século XVII.

Se não se pode comprovar materialmente a origem de sua existência senão pelos fiapos da história também não há como nega-la pelo testemunho de sua capela e a devoção de sua padroeira marcas registradas pelo velho professor Manoel Brasil como nascidas no Século XVII, hoje, portanto, se aproximando da casa dos três séculos.

Situada na rota Morro do Fogo-Rio-de-Contas passando pelos caminhos serranos do seu relevo em busca da menor distância, o arraial de Canabravinha ganhou foros de distrito de paz com direito a cartório e  subdelegacia de Polícia em meados do Século XVIII. Sua capela dedicada à Nossa Senhora da Graça, filiada atualmente à Matriz de Santo Antônio de Paramirim, outrora pertencente a freguesia de Rio de Contas e Morro do Fogo, sempre teve uma grande romaria nos dias iniciais do mês de fevereiro, ajudando perenizar suas tradições, sua cultura, como também através de valsas e dobrados de sua filarmónica que já se avizinha à casa dos cem anos de existência, formada principalmente de lavradores, residentes na própria comunidade. Hoje, é sede do distrito do mesmo nome, possui escola, posto de saúde, água encanada, campo de futebol, quadra de esporte, cemitério, energia elétrica e outros serviços que comtemplam o bem estar e a qualidade de vida de sua população.

A evolução de Canabravinha, de uma simples povoação à categoria de vila, praticamente, não acompanhou o ritmo de outras comunidades circunvizinhas, contemporâneas ou posteriores à sua origem. Mesmo contando com alguns fatores naturais favoráveis à sua prosperidade não aconteceu. Seus primórdios perderam-se na noite dos tempos. As primeiras famílias, os primeiros moradores, as primeiras propriedades não são claramente identificadas, apesar dos esforços de alguns garimpeiros da história local.  Qualquer palpite a esse respeito gera muitas interrogações.   Sabe-se, por outro lado, segundo alguns documentos, que por ela passaram jesuítas, bandeirantes e desbravadores à procura de riquezas, parte deles, sem dúvidas, fixando-se na região. Na fazenda “lagoa” como proprietária, residiu Antônia Francisca de Magalhães,  neta pelo lado paterno do Capitão Antônio Ribeiro,  falecida em 27 de junho de 1863, dois anos portanto antes da criação de sua primeira sala de sula.  Era casada com Brás de Vasconcelos Bittencourt e matriarca de 10 filhos que vêm se multiplicando em numerosos descendentes. Num passado ainda mais remoto ali também morou Liberata, descrita no testamento do citado Capitão (1818) como sua filha bastarda, casada que foi com Antônio Polycarpo da Costa com o qual deixou descendentes. Outras famílias, a exemplo dos Marques, Nunes, Dias, Celis e dos Neves também tiveram os seus pioneiros e todos juntos identificados ou não merecem ser citados como seus legítimos fundadores.

Como caminheiro, que sou, dessa longa viagem, em busca do passado, reporto-me à sua primeira escola e ao seu primeiro professor, como marcos indeléveis do processo civilizatório plantado no sertão baiano a espargir luzes   pelos anos a fora. Quando o Imperador D. Pedro I ordenou criar as primeiras escolas públicas de primeiras letras por todas as cidades, vilas e povoados do Brasil, a embrionária Canabravinha, plantada ao descambar da serra das Almas, aguardou resignadamente a sua vez mesmo que se fosse a longo prazo. Nada mais, nada menos do que 38 anos se passaram desde a edição da lei de 12 de outubro de 1827. Após, chegar a metrópole riocontense e a sede da recém criada freguesia do Morro do Fogo, Canabravinha foi a terceira povoação a receber esse benefício, antes mesmo que Agua Quente e Paramirim, os quais ainda se achavam em grau de progresso interior.

Assim, por ato governamental de 16 de junho de 1865, foi criada a primeira escola pública do Arraial de Canabravinha, na comarca de Minas do Rio de Contas, conforme consta do Relatório da Diretoria Geral de Instrução Pública da Bahia, editado em 31 de dezembro de 1879, disponível ao acesso público no Site da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, na seção de Jornais e Revistas.

A escola de primeiras letras a que nos referimos era destinada a alunos e alunas apenas com uma marcante diferença, meninos e meninas estudavam em salas separadas. Muito diferente do formato de hoje em que as turmas são organizadas por etapas de estudo ou faixa etária.

No seu artigo 6°, a Lei de 15 de outubro de 1827, o primeiro postulado sobre educação no Brasil, ditava o que deveria ser ensinado em sala de aula: ” Os professores ensinarão a ler, escrever e as quatro operações de aritmética, prática de quadrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, gramática de língua nacional e os princípios  de moral cristã e da doutrina, da religião católica e apostólica romana, proporcionados à compreensão dos meninos, preferindo para as leituras a Constituição do Império e a História do Brasil. Esse modelo atravessou décadas e mais décadas, ganhou denominações diferentes, teve seus pontos positivos e negativos, mas os discípulos que o experimentaram sagraram-se cidadãos e cidadãs que se tornaram referencias na família e na sociedade como verdadeiros próceres, pelos princípios da religião e da moral, do saber e da prática que incorporaram, todos úteis a sua época e à posteridade.

Dessa forma, podemos afirmar que as sementes lançadas pelas mãos do Padre Joaquim Augusto Vieira, como professor da primeira sala de aula do distrito de Canabravinha, continuado pelos mestres José Cândido Vieira e Joaquim Anastácio da Frota e Silva, este último sobrinho do Cel. Liberato José da Silva, germinaram e produziram bons frutos.

Como bem dissera o filosofo chines Kawantsu que viveu no Sec. III antes de Cristo ” Se queres colher em um ano, deves plantar cereais, se queres colher em uma década, deves plantar árvores, mas se queres colher a vida inteira, deves educar e capacitar o ser humano. Não importa se na escola antiga, nova ou contemporânea, a educação sempre teve e terá como objeto o indivíduo tomado como ser social e o que uma geração herda de seus ancestrais com certeza repassará as gerações futuras. Assim, os ensinamentos do Pe. Augusto, como vigário e professor, plantados em 1865 vêm se propagando através dos tempos porque quem semeia a educação colhe a vida inteira.

Paramirim, 19 de agosto de 2021

Prof. Domingos

Fonte: Facebook de Domingos Belarmino.

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique Conectado

5,996FãsCurtir
3,600SeguidoresSeguir
105,000InscritosInscrever

Anuncie Aqui

Anunciando sua marca, produto ou serviço nesta página você terá a garantia de visibilidade entre usuários qualificados. São mais de 15.000 usuários únicos e 200.000 visualizações mensais.

Mais Artigos

https://www.fapjunk.com https://fapmeister.com
200 tl bonus veren siteler bonus veren siteler deneme bonusu salutepalace.com seabahis giriş seabahis seabahis