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Paramirim
27 de abril de 2024
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A história de Paramirim (mais detalhada)

Paramirim possui muitos sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Estas pinturas foram provavelmente feitas pelos habitantes primitivos da região, os índios tapuias. Provavelmente, a região de Paramirim já é habitada há, pelo menos, uns 6,5 mil anos.

No século XVII, as terras que pertenceriam a Paramirim faziam parte de uma grande sesmaria e latifúndio pecuarista, a Casa da Ponte, pertencente ao mestre-de-campo Antônio Guedes de Brito (c. 1627 – c. 1695). Este latifúndio se estendia desde o Nordeste Baiano, nos arredores de onde hoje se situa a cidade de Cícero Dantas, até a nascente do Rio das Velhas, no centro de Minas Gerais. Nesse contexto, a bacia do Paramirim (aonde se situa o município), encaixada entre a Serra Geral e a Chapada Diamantina, era um importante corredor de fazendas criadoras de gado bovino.

Entre 1715 e 1720, expedições partem de Rio de Contas para descobrir ouro nos arredores desta cidade, descobrindo este minério na região do Morro do Fogo, atraindo forasteiros para minerá-lo, principalmente portugueses, mas também baianos. Com o início da mineração, além do início da colonização da região, surgem as primeiras fazendas e povoados da região. Entre estas fazendas, estava a Fazenda do Arraial, cujas terras correspondiam à quase totalidade da área do distrito-sede de Paramirim, adquirida judicialmente pelo advogado Dr. Joaquim de Souza Canabarro em meados do século XVIII.

Por volta de 1796, o capitão Antônio Ribeiro de Magalhães, português natural da freguesia de Gestaçô, no concelho de Baião, e cavaleiro agraciado com a Ordem de Cristo, chega no Brasil, acompanhado de seus irmãos Francisco e Luís. Estes três irmãos se instalam na região de Paramirim. Em 9 de fevereiro de 1797, a viúva e o genro do Dr. Joaquim, Dona Quintiliana Maria dos Santos e Jean Pinto de Souza, respectivamente, vendem a Fazenda do Arraial ao capitão Antônio. Ele escolheu aquela fazenda devido à sua localização, na depressão, abaixo das elevações do Morro da Estrela e da Serra do Cruzeiro, terrenos compostos por aluviões deixados pelo trabalho erosivo do rio Paramirim, portanto, de natureza muito fértil. A fazenda já veio com um casarão em pré-ruína, o qual Antônio transforma em sua residência, aonde passa a residir com a sua esposa, a mulata Maria Joaquina da Conceição, baiana de Piatã, com quem teve 13 filhos, sendo nove mulheres e quatro homens. Ali, guarda uma imagem de Santo Antônio, de quem era muito devoto, e também faz festas em louvor a este santo na sua casa.

Em 1801, é construída, por ordens de Antônio, uma capela simples, em louvor a Santo Antônio (atualmente a Igreja Matriz de Paramirim), em torno da qual nascia um povoado, conhecido como Arraial do Ribeiro (atualmente a Sede de Paramirim). A imagem de Santo Antônio é transferida para essa capela. Décadas mais tarde, ainda no século XIX, por ser ponto de passagem de boiadas e viajantes, o Arraial se transforma num importante entreposto, alcançando um crescimento acelerado e, consequentemente, é elevado, em 1881, à categoria de freguesia, com o topônimo de Santo Antônio do Paramirim.

Em janeiro de 1820, acontece duas compras de terras que marcariam a história do município. Florêncio da Rocha compra do Conde da Ponte as terras de Pau de Colher, nas quais se formam o povoado de mesmo nome. Manuel Joaquim Pereira de Castro e sua esposa compram a Fazenda Poções do mesmo Conde, pela quantia de 145.000 réis. Nas terras da Fazenda Poções, naquela época, forma-se o povoado de Caraíbas e o Arraial do Morro do Fogo, este percussor do município de Paramirim.

Com a proclamação da Independência do Brasil (1822), existiam na Bahia os mata-marotos, brasileiros que matavam os portugueses que eram contra a Independência. Como o capitão Antônio era contra a Independência, ele acaba sendo perseguido e descobre uma tentativa de assassinato contra ele. Com isso, em 1823, ele foge rumo à cidade do Rio de Janeiro, a cavalo, de madrugada, junto com a esposa, e lá tenta um requerimento para elevar o Arraial à categoria de freguesia, o que não foi aceito. Antônio faleceu no Rio, por volta de 1825, quando se preparava para regressar a Paramirim, em decorrência de uma fratura na perna depois de cair das escadas da casa de um amigo dele, de quem se despedia. No ano seguinte, é julgado o inventário do capitão, com a participação da viúva.

Nas décadas de 1820 e 1830, Paramirim e Érico Cardoso recebem portugueses refugiados dos mata-marotos.

Por volta de 1840, com a decadência das minas em Rio de Contas, alguns garimpeiros desceram a Serra das Almas, pelas margens do rio Paramirim, e encontraram um veio aurífero no Morro do Fogo. A partir daí, o Arraial cresceu e alcançou algum progresso. Com isso, a Resolução n° 200, de 29 de maio de 1843, eleva a capela existente no Arraial à categoria de freguesia, com o nome de Nossa Senhora do Carmo do Morro do Fogo, subordinada ao município de Minas do Rio de Contas (atualmente Rio de Contas).

Na segunda metade do século XIX, o ouro do Morro do Fogo se esgota e, consequentemente, o povoado começa a se esvaziar, com seus habitantes se instalando em fazendas ao longo do Rio Paramirim ou criando na região núcleos populacionais agroprodutores, como o Arraial de Água Quente (atual Sede de Érico Cardoso), que foi fundado e se desenvolveu rapidamente nas terras da fazenda do coronel Liberato José da Silva, em virtude da presença de águas termais, daí o nome do povoado, para onde foi transferida a sede da Freguesia do Morro do Fogo, pela Resolução provincial n° 1.460, de 23 de março de 1875.

Em 1860, o Sertão Baiano sofre com uma grande seca, que afetou também Paramirim.

A Freguesia de Nossa Senhora do Carmo do Morro do Fogo foi elevada à categoria de Vila, com o nome de Industrial Vila de Água Quente, pela Lei Provincial n° 1.849, de 16 de setembro de 1878, data na qual é comemorada o aniversário de Paramirim.

Em 20 de junho de 1881, a Industrial Vila de Água Quente foi extinta e seu território foi reanexado a Minas do Rio de Contas e a Vila teria sua autonomia restaurada em 24 de março de 1890, intuindo-se na posse de tal direito em 23 de maio do ano seguinte.

Em 1898, o capitão Antônio José Cardoso, rico comerciante, foi nomeado o primeiro Intendente (prefeito) da Industrial Vila de Água Quente, tendo-o sucedido o coronel Juvêncio Pereira, genro do coronel Liberato José da Silva, falecido havia anos.

Em 1899, ocorre uma grande seca na região, ocorrendo grande êxodo, principalmente para Canavieiras, no litoral na Bahia, muitas pessoas morreram antes de chegar nesta cidade.

A Lei estadual n° 460, de 16 de julho de 1902, transfere a sede da Vila para o Arraial do Ribeiro (Santo Antônio do Paramirim), a atual sede de Paramirim (como já foi dito), pois, naquele tempo, este Arraial estava em fase de maior desenvolvimento do que o Arraial de Água Quente e por se achar melhor localizado.

Em 1908, o coronel Juvêncio Pereira falece, sendo sucedido na intendência da Vila pelo coronel Francisco Brasil Rodrigues da Silva, casado com uma filha adotiva daquele.

Pela Lei estadual n° 736, de 26 de junho de 1909, a Industrial Vila de Água Quente foi elevada à condição de Cidade, com o nome de Paramirim, que, na língua tupi-guarani, significa “rio pequeno”.

Em 1911, quando o município de Paramirim era constituído dos distritos de Paramirim (sede), Água Quente, Canabravinha e Santa Maria do Ouro (atual Ibiajara, hoje distrito de Rio do Pires), acontece um fato marcante na história de Paramirim: um ataque à mão armada na casa do coronel Francisco, em Água Quente, feito pelo seu opositor, capitão Felipe Cardoso, e um grupo de homens armados, que procuravam a todo custo eliminá-lo. Derrotado pela reação encontrada, o capitão Felipe Cardoso e seu bando retornaram a Paramirim, onde continuaram a sua rivalidade contra o coronel Francisco, cuja corajosa resistência o manteve no poder.

Em 1912, dá-se um episódio histórico. Foi o célebre cerco de 21 dias, imposto pelo coronel Francisco Brasil à casa de Felipe Cardoso, em Paramirim, auxiliado pela intervenção de seu sogro, o coronel Douca Medrado. Felipe Cardoso, em seu próprio reduto, rende-se, exigindo como condição essencial para a pacificação o desarmamento de cerca de 50 jagunços e a retirada de todos do município. É feito o desarmamento, processa-se a retirada e a jagunçada se dispersa. O capitão Felipe Cardoso vive em Macaúbas, Caetité e Vila Velha (atual Livramento de Nossa Senhora) até retornar a Paramirim em 1918 e se esconde na Fazenda Santana, planejando lançar um novo ataque à cidade. Tendo sido descoberto a tempo, foi providencialmente contra-atacado no seu próprio esconderijo pelas forças do coronel Francisco. Derrotado mais uma vez, foge ao cerco, retirando-se do município e, anos mais tarde, migra para Minas Gerais, aonde falece. Com a fuga de Felipe Cardoso de Paramirim, volta ao município a paz tão desejada.

Ao longo da primeira metade do século XX e na década de 1950, Paramirim possui modificações em seu território, com a criação de novos distritos e mudança de nome de outros. Bom Sucesso (atual Ibitiara) pertenceu a Paramirim por 15 dias, entre junho e julho de 1931.

Em 1950, acontecem as primeiras eleições municipais democráticas em Paramirim, na disputa entre Érico Cayres Cardoso (UDN), cujo nome denomina a antiga Água Quente, e José Carmelino Vieira (PSD). Érico é eleito prefeito de Paramirim.

Em 1961 e 1962, Paramirim começa a perder território. Os distritos de Rio do Pires e Ibiajara são desmembrados para formar o município de Rio do Pires. O distrito de Água Quente (atual Érico Cardoso) é elevado à condição de município. A partir daí, o município passa a ser constituído apenas dos distritos de Paramirim (sede) e Canabravinha.

Em 1989, Paramirim cede 279 km² de seu território para a composição do território do município de Caturama, que estava se desmembrando de Botuporã e, mais tarde, perderia ainda mais território, adquirindo o território atual, com 1.116 km².

Paramirim está se tornando um município mais urbanizado. O município tem duas frentes de urbanização: uma situada na sede do município e outra na localidade de Caraíbas. Hoje, a população urbana de Paramirim já corresponde a mais de 50% da população total. Ao contrário da estimativa do IBGE, que não leva em consideração processos migratórios, as previsões de um especialista dizem que, dentro de mais ou menos dez anos (entre 2027 e 2030), a população urbana de Paramirim corresponda a 60% da população total. Num futuro próximo, Paramirim será um município mais urbano.

Referências bibliográficas:

ROCHA, Aurélio Justiniano. Subsídio à História do Município de Paramirim. Acervo do autor. Paramirim, 1981.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Paramirim

Vídeos no YouTube do canal “Luiz Carlos Marques Cardoso”

https://www.paramirimeventos.com.br/paramirim/historia/estamos-globalizado-sim.html

FRUTUOSO, Moisés Amado. Morram Marotos: Antilusitanismo, projetos e identidades políticas em Rio de Contas (1822-1823). UFBA. Salvador, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/20661/1/%5BFRUTUOSO.%20M.A.%20Morram%20marotos%21%5D%20VFD.pdf

FERREIRA, J. P. et. al. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, Volume XXI. IBGE, Rio de Janeiro, 1958.

http://estoriasdeantigamente.blogspot.com/2014/05/o-alto-sertao-da-bahia-depois-de.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata-Maroto

https://www.cmparamirim.com.br/leiorganica/Lei-Org%C3%A2nica-do-Munic%C3%ADpio-de-Paramirim.pdf

http://diocesedelivramento2.blogspot.com/2016/06/a-imagem-padroeira-de-santo-antonio.html

Recomendações de leitura

Quer saber mais sobre a história de Paramirim? Segue aqui alguns sites lidos e recomendados pelo autor.

http://www.focadoemvoce.com/subsidio-a-historia-do-municipio-de-paramirim-por-aurelio-justiniano-rocha/ (Para ler o livro “Subsídio à História do Município de Paramirim)

https://www.paramirimeventos.com.br/salve-paramirim-comentando-16-setembro/

https://www.paramirimeventos.com.br/na-mesa-de-buraco-recordacao-dos-anos-dourados-de-paramirim/

https://www.paramirimeventos.com.br/por-que-300-anos-de-canabravinha/

Observação: O autor do texto não quis se identificar.

Nossos agradecimentos por contribuir com o nosso projeto na internet.

Luis Carlos Billhttps://focadoemvoce.com/
Luiz Carlos Marques Cardoso (Bill) trabalha de forma amadora com fotografia e filmagem. Ele gerencia atualmente dois sites: um de notícias e um pessoal. Está presente nas redes sociais, como no Instagram e Facebook, e tem um canal no YouTube com uma variedade grande de vídeos referentes à região da Chapada Diamantina e do Sertão brasileiro. Sua formação profissional é a de Contador.

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