Procedente de Portugal, a devoção à imagem de São José da Lagoa, eternizou-se em nosso Paramirim, começando a sua caminhada, desde o lar do Capitão António Ribeiro de Magalhães que, através de iaiá Luísa Joaquina de Magalhães, chegou às mãos de seu bisneto, Prof José Cândido Vieira que, há quase 200 anos, passou a celebrar o Pai adotivo de Jesus, em sua casa do Bairro da Lagoa, seguindo-se esta tradição até nos seus descendentes ou não. O itinerário desta venerável devoção enfrentou desafios, o que vem caracterizar a vida do Patriarca. Este permaneceu ao lado de Maria, sua esposa tanto nas horas serenas como nas proveitosas tempestades da vida, na ida a Belém para o recenseamento, nos instantes ansiosos do parto, na fuga para o Egito, e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus. Lá como aqui, houve turbulência na sua história. Na humildade e no silêncio, a missão confiada a S. José da Lagoa enfrentou dificuldades e galgou triunfos. Aqui tudo começou no casarão do Prof. José Cândido que quis tornar-se público o culto de seu excelso Xará, resultando na construção do Santuário que até hoje prossegue de pé, imbatível, corajoso, mesmo tendo o episódio Nonô levado a cerrar suas portas por 30 anos! Em tempos antes, falam-se no aflitante “Dilúvio de São José”, quando choveu pela toda região 30 dias sem parar, com os rios, riachos e lagos transbordando, o que causou dificuldade de manutenção, pois se cozinha com lenha seca e faltou este combustível para o fogão! Comiam-se crus, só frutas e verduras sem cozer. Nem o leite poderia beber, já que como ordenhar as vacas?!As paredes dos casarões começaram a derreter-se, gerando aflições. Mas, entregaram a causa a São José da Lagoa e ele, como a pessoa mais próxima de Jesus e Maria, internou e tudo passou! Como o Dilúvio que derramou chuvas torrenciais, imploramos que ele volte a inundar a terra de copiosas bênçãos. Amém.
Texto: Antônio Gilvandro Martins Neves.