Quando adquirimos um animalzinho sequer imaginamos o grau de amizade que existirá no futuro entre nós e ele. O pequeno chega e já é logo paparicado, com o passar dos dias, o carinho só aumenta. De repente aquele ser passa a pertencer à família, não como um bem, mas como um ente, um filho, ou um irmão. A amizade aumenta tanto que a mais simples das doença abala toda a família. Não sabemos o porquê, mas é dessa forma.
Como a vida tem suas curvas, suas pirambeiras, suas indagações, não muito tardar chega o momento da despedida. Há bichos que possui um ciclo de vida pequeno, outros vivem várias décadas. Quanto mais duradoura a convivência, maior o apego.
Na tarde desta quinta-feira, dia 09 de janeiro de 2014, a senhora Graça, esposa de Antônio de Ló, desfez-se em lágrima ao ver o louro de que tanto gostava morto. Foi o mesmo que perder um ente da família. O pássaro fez parte da vida dela por quase quarenta anos, segundo Antônio o bicho estava beirando os cinquenta anos. Em conversa com Graça ficamos sabendo que o louro era muito querido por todos da casa, um papagaio que aprendeu a falar e a cantar, dava tchau, cantava o Hino Nacional, cantava músicas dos tempos que ele ainda vivia na casa da sua outra dona.
A vida é feita de alegria, tristeza e saudade. Quantos anos de felicidades? O momento agora é de tristeza, logo apenas as boas recordações.
A amizade existe entre os seres, muitas vezes somos melhores amigos de animais domésticos do que dos próprios homens, estes mentem e enganam, enquanto aqueles desconhecem essas manobras macabras da mente humana.
O céu está feliz, nas suas asas voa mais um louro.