Paramirim

Serra do Cruzeiro 2007

A aventura teve inicio na tarde do dia cinco de abril. Fui de Paramirim a Érico Cardoso de Bike. Na ocasião o calor estava demais, sequer havia uma leve brisa para refrescar. Venci os quinze quilômetros bem, não tão porque vinha de um bom tempo sem praticar o ciclismo. Minha família usou o automóvel como transporte.
Durante a noite ficamos a conversar no banco da casa da minha avó Dorzila. No alto da serra a luz de uma fogueira acendia e apagava. Lá, encontravam-se muitos jovens, todos amantes da “branquinha”. Às vinte e três horas me recolhi ao conforto da macia cama. Hospedei-me, como sempre faço quando vou à Água Quente, na residência da minha querida tia Leo, ou Margaret.
Na manhã seguinte, acordei com os cantos dos galos. Como é legal sentir esse sabor de chácara. Tomamos café quentinho, eu não gosto de leite, mas quem gostava lá se serviram. Tinha avoador, joão-duro, requeijão e outros tipos de bolos que não sei o nome. Agora sim estávamos pronto para essa pequena jornada, pequena para alguns, porque para outros, nem tanto.
Passamos na casa da minha avó Dorzila. Ficamos poucos minutos. Começava ali, como dizem muitos na época, nossa penitencia. Em particular, não passa de um agradável passeio de domingo. Descemos a rua até a ponte, paramos para contemplar a paisagem, o dia já nascia belo.  Passamos pelo campo de futebol, por um curral vazio, por um juazeiro, pelo Poço Termal. Sempre a esquerda de quem sobe o morro o Rio Paramirim correndo lento e quieto rumo ao seu destino. Adentrando na mata, um susto. O lugar não era mais o mesmo. E o pior, talvez somente eu tenha notado tamanha destruição. Quase todas as árvores de porte maior sumiram. Ainda bem que a barriguda permanece viva, acho que sua madeira não tem grandes utilidades. Pela mata, que antes era fechada, existem agora vários carreiros. “O orgulho humano acabará por matar o próprio orgulho”. A estradinha que antes impunha bastantes desafios tinha acentuado a subida pelo descer das toras. Devo parar meu texto por aqui, pois a partir deste choque o restante poderia ficar como aviso de num futuro breve inexisti essa tradição de todos os anos subir a Serra do Cruzeiro. Mas tenho que relatar, pois talvez ano que vem, pela gula dos homens, a Serra possa sumir.
As decepções aumentam com a altura. As senhoras que rezavam todos os anos ao pé da velha cruz, esse ano não quiseram participar. Também, o Cruzeiro virou comercio, ou boteco. As tradições somem, enquanto que os imitadores imperam com suas loucuras iguais. O povo vem, vão, o lixo fica. Onde está a educação? Saudades das pessoas do outrora.
Uma coisa, pelo menos esta ainda resta, o barzinho do Seone. Esse já faz parte da história do município. Pessoa simples, amiga, torcedor fanático do flamengo. Ele serve, gratuitamente, peixe frito e aguardente toda as Sexta-Feira da Paixão no cume da Serra do Cruzeiro. Faz porque gosta e não cobra nada pelo trabalho.
A descida não merece ser mencionada, sendo que não ocorreu nada de especial. Já na sede, aconteceu um acidente com Maromba e Du. Os dois partiam de moto para Paramirim, quando defronte a Igreja Matriz a chave soltou-se da ignição indo enganchar na roda dianteira, os dois foram ao chão. A sorte deles teve conseqüência direta no uso dos capacetes. Tiveram aranhões, enquanto que a motocicleta perdeu algumas peças.
Passado o susto, procuramos o rio que passa ao fundo da casa da Leo. Mais acima fora construída uma pequena represa de cimento, no fundo apenas areia e água. Eu, Jackson, Pricilla, Lílian, Erik, Livinha e Karine nos esbaldamos nas águas frescas do local. No decorrer do tempo pessoas foram chegando. Deixamos o lugar ruma a residência da Margaret para almoçarmos.
À tarde retornamos ao rio para um novo banho. Desta vez havia bem mais pessoas no nosso grupo. Além dos que tinham estados no período da manhã desta foram Dormario (meu pai), Vilma (minha mãe), uma prima, um amigo com seu filho. O local encontrava-se lotado, o calor era demais, feriado, por que não um banho de rio. Banharam nas águas límpidas do rio Paramirim.
Estava certo da minha volta ser de bike, porém por insistência de minha tia e da minha mãe, acabei retornando com a bike encima da picape. Quando cheguei a Paramirim fui ver que elas estavam com a razão.
Participantes: Dormario, Vilma, Márcia, Edílson, Cristina, Gelásio, Bill, Rodão, Lílian, Pricilla, Livinha, Erik, Karine entre outros amigos.
06/04/2007

Passear é bom, melhor ainda quando se faz em meio a parentes e amigos.

Texto por: Luiz Carlos Bill.